Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de setembro de 2018
Nessa quinta-feira, os principais adversários de Jair Bolsonaro (PSL) criticaram a fala do candidato a vice em sua chapa, ex-general Antônio Hamilton Mourão (PRTB), que fez críticas a direitos trabalhistas. Em palestra realizada em Uruguaiana (RS), o ex-militar chamou de “jabuticabas” o décimo-terceiro salário e o adicional de férias. Segundo ele, “somente no Brasil é que se paga esse tipo de benefício”.
Em nota, a Comissão Executiva Nacional do PT afirmou que o décimo-terceiro “é uma conquista histórica da classe trabalhadora, assim como a gratificação de férias”. O partido disse que é “inacreditável que alguém se candidate a governar o país propondo massacrar ainda mais os trabalhadores”. O candidato da legenda, Fernando Haddad, é o segundo colocado nas pesquisas, atrás de Bolsonaro.
Ciro Gomes (PDT), que está em terceiro, afirmou que quem não tinha motivos para não votar no candidato do PSL, agora ganhou, e destacou a possibilidade de Mourão vir a ser presidente. “Imagine que esse homem pode virar presidente da República, como acabou aconteceu com três vice na história recente do Brasil, entre eles Sarney e Temer. Se você ainda não tinha um motivo para não votar no Bolsonaro, agora tem”, condenou o pedetista em um vídeo nas redes sociais.
O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, ressaltou que a afirmação do general “não é razoável”. A campanha do tucano irá explorar a declaração no horário eleitoral gratuito. “Não é possível achar que o trabalhador que sua a camisa e muitas vezes é até explorado não tenha direito a um 13º salário. Não é razoável”, disse o tucano após deixar um evento evangélico em São Paulo.
Marina Silva (Rede), por sua vez, escreveu em sua conta no Twitter que Mourão “atacou a Constituição” e afirmou que os eleitores precisam ter atenção com os vices de cada chapa. “Vice do Bolsonaro, Mourão atacou a Constituição quando ‘jabuticabou’ a importância do décimo-terceiro salário e do adicional de férias. Além de analisar os candidatos, prestem muita atenção no vice. Já sabemos o que a escolha mal feita de um vice pode fazer ao País”, disse Marina, em uma clara alusão a Michel Temer.
Para Alvaro Dias (Podemos), a fala foi “imperdoável, porque defende um retrocesso” para o trabalhador. “A fala de Mourão contra décimo-terceiro e adicional de férias é imperdoável, porque defende um retrocesso, especialmente para o trabalhador, que tem sofrido demais com uma política draconiana do governo, que esmaga o setor produtivo com extorsão tributária que impede os cidadãos de ganharem o que merecem”, afirmou Alvaro em sua conta no Twitter.