Em seus últimos dias na Casa Branca, o presidente Donald Trump anunciou, na noite de quarta-feira (23), 26 novos indultos, incluindo o aliado de longa data Roger Stone, o ex-presidente da campanha Paul Manafort e Charles Kushner, pai do conselheiro sênior da Casa Branca Jared Kushner.
Os novos perdões dão sequência à prática de Trump de exercer seus poderes de clemência para criminosos que são leais, bem relacionados ou adjacentes à sua família.
Enquanto todos os presidentes americanos costumam emitir indultos polêmicos ao final de seus mandatos, Trump parece estar se movendo em um ritmo mais rápido do que seus antecessores, demonstrando pouca inibição em recompensar seus amigos e aliados usando um dos poderes mais irrestritos de seu cargo.
Os perdões de Manafort e Stone recompensam dois dos ex-conselheiros do presidente mais conhecidos e amplamente condenados, ambos indiciados pelo ex-conselheiro especial Robert Mueller – que foram a julgamento e condenados por crimes múltiplos.
Segundo relatório de Mueller, Moscou colaborou com a campanha republicana de Donald Trump nas eleições de 2016, com disponibilização de hackers e impulsionamento de postagens nas redes sociais contra Hillary Clinton.
Agora, alguns dos condenados na investigação foram perdoados. Manafort, que cumpre prisão domiciliar, admitiu seus crimes e inicialmente concordou em cooperar com Mueller e depois mentiu para os promotores, enquanto Stone nunca cooperou depois de mentir ao Congresso para proteger o presidente.
Manafort passou quase dois anos na prisão por fraude bancária e fiscal, lobby estrangeiro ilegal e conspirações de adulteração de testemunhas antes de ser libertado por causa da pandemia de Covid-19, enquanto a sentença de Stone por obstrução do Congresso e ameaça a uma testemunha foi comutada por Trump no início deste ano dias antes de ele se render.
Charles Kushner, enquanto isso, havia sido processado pelo então procurador dos Estados Unidos de Nova Jersey, Chris Christie, no início dos anos 2000, por sonegação de impostos, adulteração de testemunhas e contribuições ilegais para campanha.
Ele acabou se confessando culpado de 16 acusações de evasão fiscal, uma de retaliação contra uma testemunha federal – seu cunhado – e outra de mentira para a Comissão Eleitoral Federal.