Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de janeiro de 2024
O presidente da Argentina, Javier Milei, voltou a prometer fechar o Banco Central da Argentina (BCRA). Os comentários foram feitos em entrevista à rádio La Red AM, quando questionado se ainda pretendia dolarizar a economia argentina. “Mais cedo ou mais tarde vamos fechar o Banco Central”, disse.
Após vencer a eleição, Milei vinha dando sinais de ter abandonado algumas promessas. A decisão de afastar alguns assessores radicais e nomear aliados do ex-presidente Mauricio Macri foi vista como um sinal de moderação.
Na entrevista, porém, o presidente não deu detalhes sobre como fecharia o BCRA. Atualmente, poucos países operam sem um banco central. A lista inclui Panamá, Kiribati, Tuvalu, Andorra, Mônaco, Nauru e Palau. A maioria tem populações pequenas e alguns são paraísos fiscais.
À rádio La Red, Milei previu que a inflação de dezembro ficaria abaixo dos 30%, o que seria “um sucesso retumbante” de sua equipe econômica, já que as expectativas eram de 45% – segundo dados divulgados nesta sexta-feira após a entrevista, o índice ficou em 25,5%, fechando o ano em 211,4%, ultrapassando a Venezuela e se tornando a maior inflação da região.
Milei ainda comentou sobre a viagem para o Fórum Econômico Mundial em Davos, na semana que vem. Ele revelou ter recebido mais de 60 convites para reuniões bilaterais durante o encontro. “Estamos trabalhando para transformar a Argentina em uma potência mundial nos próximos 35 anos, com a primeira parte desta melhora visível nos primeiros 15 anos”, disse.
Acordo com o FMI
Na entrevista, o presidente também elogiou o acordo fechado com o FMI, na quarta-feira (10), que concede US$ 4,7 bilhões à Argentina. “Foi a negociação mais rápida da história”, afirmou.
Segundo comunicado oficial divulgado pelo FMI, foram alcançados entendimentos para restaurar a estabilidade macroeconômica da Argentina.
O Fundo também destaca que o presidente do país, Javier Milei, e sua equipe econômica agiram “rápida e decisivamente” para implementar um “forte pacote de políticas para restaurar a estabilidade macroeconômica e estão totalmente determinados a colocar o atual programa de volta no caminho certo”.
O Fundo ainda aponta que, apesar de o caminho para estabilidade ser um desafio, que deverá levar as condições a piorarem antes de melhorarem, as ações iniciais foram bem sucedidas.
“À medida que as políticas são implementadas e a credibilidade é reconstruída, deverá ocorrer um processo gradual de desinflação, acompanhado por um maior fortalecimento da posição externa e por uma eventual recuperação da produção, da procura e dos salários reais”, aponta o documento.