Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de maio de 2016
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou nesta segunda-feira (30) a decisão de repatriar 18,7 milhões de pesos que informou manter em uma conta nas Bahamas. O valor equivale a mais de 1 milhão de dólares e apareceu em sua última declaração patrimonial, divulgada na quinta-feira passada. Em coletiva de imprensa na Casa Rosada, Macri disse que já deu ordens para que o valor seja aplicado no país.
Sobre o tipo de aplicação, Macri brincou ao responder a uma jornalista: “Não sei, o que me recomenda? Não tenho ideia”. Logo em seguida, em tom mais sério, afirmou que possivelmente comprará letras do Tesouro Nacional “para mostrar que confio em que este processo de recuperação da Argentina estará cada vez melhor”, acrescentou.
Ao ser questionado se pedirá a seus ministros que façam o mesmo, preferiu não afirmar diretrizes específicas. “Eu acredito que cada um tem que fazer o que lhe convém. Eu faço porque acredito que a Argentina vai caminhar muito bem. Confio no futuro de nosso País.”
No início de 2015, Macri declarou depósitos em contas nos Estados Unidos e na Suíça, mas na declaração do final do ano localizava a mesma conta nas ilhas Bahamas. O presidente explicou que o dinheiro é o mesmo, porém, o banco suíço Julius Baer teria comprado a instituição financeira Merrill Lynch, onde estava a quantia declarada por Macri, e trocado a sede para as Bahamas, um paraíso fiscal. “É só uma mudança legal de seu agente financeiro”, disse um funcionário próximo ao líder argentino ao jornal La Nación.
Macri divulgou oficialmente a iniciativa de repatriar seus bens no mesmo dia em que garantiu não ter “nada para esconder” após seu nome apareceu no vazamento dos Panama Papers como diretor da empresa Fleg Trading, também situada nas Bahamas. Além disso, o presidente havia apresentado uma nova lei com a qual a Argentina busca repatriar dólares não declarados às autoridades fiscais para pagar aposentadorias atrasadas.
“Há bilhões de dólares de argentinos que estão no exterior, que foram para fora do país porque não confiaram no Estado, e nós queremos dizer-lhes que necessitamos que nos acompanhem, necessitamos que sejam parte desta nova etapa que começa na Argentina”, disse durante um ato com aposentados em Buenos Aires.
A declaração patrimonial de 2015 apresentada perante o Escritório Anticorrupção é a primeira do líder argentino desde que assumiu o cargo em dezembro do ano passado. O documento detalha sua evolução patrimonial no ano passado, quando ainda era chefe do governo da cidade de Buenos Aires, e que passou de quase 53 milhões de pesos (13,5 milhões de reais) no começo do exercício a 110 milhões de pesos (28 milhões de reais) no final. (EFE)