O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), repreendeu nesse domingo (8) a invasão das sedes dos Três Poderes por parte de apoiadores extremistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e cobrou punição aos responsáveis pelos atos antidemocráticos. “O Congresso Nacional jamais negou voz a quem queira se manifestar pacificamente. Mas nunca dará espaço para a baderna, a destruição e vandalismo”, escreveu Lira, no Twitter.
“Os responsáveis que promoveram e acobertaram esse ataque à democracia brasileira e aos seus principais símbolos devem ser identificados e punidos na forma da lei”, acrescentou.
Lira, que foi aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e apoiou sua tentativa fracassada de reeleição, ressaltou ainda que não se pode “admitir as cenas deprimentes que o Brasil é surpreendido nesse momento”.
“Agiremos com rigor para preservar a liberdade, a democracia e o respeito à Constituição”, acrescentou.
O episódio desse domingo remete à invasão do Capitólio de Washington, sede do Congresso norte-americano, em 6 de janeiro de 2021, por apoiadores do então presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, para tentar impedir a certificação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden na eleição presidencial de 2020.
“Fogem à regra”
O ex-presidente Jair Bolsonaro escreveu no Twitter nesse domingo (8) que depredações e invasões de prédios públicos “fogem à regra”. Ele comentou os atos terroristas em Brasília, quando vândalos de grupos bolsonaristas invadiram e atacaram as sedes dos três poderes.
Ao criticar o vandalismo desse domingo, Bolsonaro o comparou com as manifestações de rua entre 2013 e 2017, quando, eventualmente, houve ação dos black blocks. Mas a comparação do ex-presidente não corresponde à realidade, já que as manifestações do período jamais entraram nas sedes dos poderes e promoveram a barbárie deste domingo.
“Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra”, escreveu Bolsonaro.
O ex-presidente também se defendeu de alegação do presidente Lula, feita mais cedo. Lula afirmou que Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, estimula os atos terroristas no Brasil.
Entidades classistas, representantes de magistrados, advogados, procuradores e peritos criminais federais divulgaram notas reprovando os atos golpistas e extremistas ocorridos na capital federal.