Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de novembro de 2024
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou não ter sido chamado pelo presidente Lula para discutir o pacote de corte de gastos a ser anunciado nos próximos dias. Questionado se haverá um encontro com Lula, Lira respondeu: “Não teve nenhum chamado”. A declaração, registrada em vídeo pelo site Poder360, foi concedida na chegada a um evento da bancada evangélica, em Brasília.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na quarta-feira (13) que o pacote de corte de gastos que vem sendo elaborado pelo governo tem um número expressivo. Sem dar detalhes das propostas, Haddad afirmou que o ajuste fiscal vai assegurar a sustentabilidade do arcabouço fiscal a longo prazo.
“Mais do que o número que é expressivo. Na opinião da Fazenda, reforça nosso compromisso de manter as regras estabelecidas desde o ano passado. Mais do que isso, é o conceito que nós utilizamos para fazer prevalecer essa ideia, de que as rubricas devem ser incorporadas à visão do arcabouço para que ele seja sustentável”, afirmou a jornalistas.
O ministro se reuniu na tarde de quarta-feira (13) com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), para debater as propostas que estão sendo elaboradas pela equipe econômica. Mais cedo, Haddad se reuniu com o ministro da Defesa, José Múcio, e com os comandantes das Forças Armadas.
Haddad disse também que os ministros da Esplanada que devem ser afetados pelos cortes compreenderam a necessidade do ajuste fiscal. Na semana passada, Luiz Marinho (Trabalho), Carlos Lupi (Previdência), Camilo Santana (Educação) e Nísia Trindade (Saúde) participaram de reuniões com o presidente Lula.
“Os ministros foram submetidos a essa ideia. Reagiram de várias maneiras, mas todos compreenderam a necessidade de termos sustentabilidade nos próximos anos”, disse Haddad.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, afirmou na manhã dessa sexta-feira (15) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai anunciar o pacote de corte de gastos para garantir a sustentabilidade do novo arcabouço fiscal quando a decisão “estiver madura”. Ele não falou em datas.
Já o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nessa sexta-feira (15) que o pacote de corte de gastos do governo será uma “poda responsável em uma árvore que está crescendo”. Ele disse que o tempo do anúncio é decisão do presidente Lula, que está “ouvindo várias áreas” antes de tomar uma decisão.
“Toda árvore que está crescendo precisa ser podada de forma responsável, organizada, para que os frutos fiquem maiores e as raízes mais fortes”, comparou Padilha.
Ele garantiu que não será um corte radical, “feito com serra elétrica”, como já teria acontecido no passado. “A Serra elétrica nos fazia perder todo o trabalho feito anteriormente. E queremos preservar a rota de crescimento”, diz.
Padilha lembrou as seguidas altas do Produto Interno Bruto (PIB), a menor taxa de desemprego desde 2012, uma inflação que, diz, tem cumprido metas, e o aumento recente do investimento público e privado no País. “Há um ano e dez meses, recuperamos uma trajetória de crescimento que será preservada”, afirmou.