Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 7 de novembro de 2015
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reafirmou nesta sexta-feira (06) que não tem contas bancárias nem é proprietário, acionista ou cotista de empresas no exterior. Ele responde a processo no Conselho de Ética da Casa, acusado de quebra de decoro parlamentar por ter supostamente mentido ao declarar à CPI da Petrobras que não possui contas fora do País.
Cunha disse ter um contrato com um truste proprietário de recursos “de origem antiga” que ele acumulou no exterior nos anos 1980. Um truste é uma entidade legal que administra propriedades e bens em nome de um ou mais beneficiários mediante outorga. “Desses ativos, administrados e geridos pelo truste, eu sou usufrutuário em vida, em condições pré-contratadas”, afirmou.
Durante pelo menos dez anos, de 1993 a 2003, Cunha manteve contas em nome dele no exterior. Posteriormente, o dinheiro passou a ser administrado, segundo ele, pelo truste. Em entrevista à TV Globo, Cunha afirmou que o dinheiro mantido no exterior é “lícito” e proveniente da venda de carne e de outros produtos alimentícios no Zaire (atual República do Congo). Os valores teriam sido acumulados quando ele atuava como uma espécie de “caixeiro-viajante”, vendendo mercadorias na África.
Outra parcela dos recursos depositados fora do Brasil vem, de acordo com Cunha, de investimentos em Bolsas de Valores de países como Estados Unidos e China. O presidente da Câmara argumenta que, por não ser atualmente o titular das contas bancárias, não mentiu à CPI da Petrobras quando disse, em março, que não possuía contas no exterior. (AG)