O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), oficializou o afastamento do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), depois que o filho do ex-presidente pediu licença do cargo nessa quinta-feira. Motta aceitou a solicitação e convocou o suplente ao cargo. Ocupará o lugar de Eduardo o missionário José Olímpio (PL-SP).
“Considere-se afastado, a partir de 20 de março de 2025, data consignada no laudo do Departamento de Atenção à Saúde – DAS/CD, conforme comunicação feita à Câmara dos Deputados, em 20 de março de 2025, às 18h30. Convoque-se o respectivo suplente. Ao Senhor Diretor-Geral. Publique-se”, afirma o documento da Câmara dos Deputados.
Eduardo se caracterizou como um “exilado político”. No entanto, Motta disse que “não existem exilados políticos no Brasil”. Isso porque, no país, o exílio é ligado a perseguição política, termo bastante utilizado por pessoas perseguidas na Ditadura Militar (1964-1985).
“Nos últimos 40 anos, não vivemos mais as mazelas do período em que o Brasil não era democrático, não tivemos jornais censurados, nem vozes caladas à força, não tivemos perseguições políticas, nem presos, nem exilados políticos. Não tivemos crimes de opinião ou usurpação de garantias constitucionais. Não mais, nunca mais”, destacou durante discurso em sessão solene da Câmara, pelos 40 anos da redemocratização brasileira. O último sábado (15) marcou o aniversário da posse de José Sarney, o primeiro presidente civil do Brasil após 21 anos de ditatura militar.
Missionário José Olímpio recebeu 61 mil nas eleições de 2022. Filiado ao PL, ele foi eleito deputado por dois mandatos entre os anos de 2011 e 2019, deputado estadual uma vez e cinco vezes vereador pelos municípios de Itu e São Paulo. Em seu perfil no Instagram, ele diz lutar “pelos valores cristãos e familiares”. O político tem 68 anos e é formado em direito.
Eduardo Bolsonaro comunicou sua permanência nos Estados Unidos em um vídeo divulgado em suas redes sociais. Na postagem, o parlamentar paulista justificou a decisão pelo que chamou de “perseguição” a qual ele e seu pai estão sendo submetidos no Brasil. Na gravação, Eduardo cita a possibilidade de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a sua prisão.
Nos últimos meses, Eduardo Bolsonaro tem se aproximado de autoridades dos EUA e criticado supostos “abusos” do Judiciário brasileiro. Na terça-feira, após o deputado anunciar que pediria licença do mandato, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido feito pelo PT para que o passaporte de Eduardo fosse cassado.
O líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), apresentou uma queixa-crime contra o filho de Jair Bolsonaro, acusando-o de conspiração contra o governo brasileiro com parlamentares dos EUA, solicitando também a apreensão do documento dele. O ministro arquivou o caso.