Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de abril de 2016
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve colocar em parte da galeria do plenário da Casa parentes de deputados durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff e pretende evitar a presença de manifestantes dentro do plenário.
Questionado sobre como será a segurança nos dias da votação, Cunha afirmou que se reunirá amanhã para definir as restrições de acesso. “Os parlamentares querem trazer os seus parentes (…). Provavelmente vamos ter que usar a galeria para uma parte da imprensa”, justificou, indicando que a capacidade da galeria, que fica na parte de cima do plenário, é de 250 pessoas.
A previsão é de que a votação inicie na sexta-feira. Isso porque, votando o relatório da Comissão Especial amanhã, ele será lido em plenário na terça-feira e publicado no Diário da Câmara na quarta-feira. A partir de então, serão contadas 48 horas para o início da discussão e votação no plenário. A estimativa é de que o debate e a votação podem durar até três dias, o que levaria seu desfecho para domingo.
Parlamentares governistas contestam a votação no fim de semana, e chegaram a dizer que Cunha quer um “cadáver”, já que a votação em um domingo poderia gerar uma grande mobilização popular e, possivelmente, confrontos.
Ameaça
Cunha ameaçou acolher mais nove pedidos de impeachment da presidenta Dilma Rousseff se o STF (Supremo Tribunal Federal) mantiver a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, para que a Câmara abra processo para analisar o afastamento do vice-presidente, Michel Temer.
“Não há a menor dúvida [que], se essa decisão do ministro Marco Aurélio tiver que ser implementada, os pedidos pendentes de apreciação serão todos implementados também. Não há possibilidade de ser diferente. Então, os nove pendentes da presidenta da República também serão implementados em conjunto com isso”.
A denúncia apresentada diz que Temer cometeu crime de responsabilidade ao assinar decretos de créditos suplementares. Na sexta-feira, Eduardo Cunha foi cobrado em plenário pela demora em atender ao pedido. “Existe uma sentença em vigor e essa sentença não está sendo cumprida. O silêncio dessa Casa em relação a essa questão me incomoda”, disse Victor Mendes (PSD-MA).
O ministro Marco Aurélio declarou que é impensável que não se observe uma decisão do Supremo. O magistrado destacou que o grande número de pedidos de impeachment só sinaliza que o País está vivendo uma época de crise muito aguda. (Folhapress e AG)