Segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de janeiro de 2025
Gustavo Petro afirmou que só receberá os compatriotas em voos civis e quando forem tratados com “dignidade”.
Foto: ReproduçãoO presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesse domingo (26), que impediu a entrada no país de aviões militares dos Estados Unidos com imigrantes colombianos deportados. Petro afirmou que só receberá os compatriotas em voos civis e quando forem tratados com “dignidade”.
“Um imigrante não é um criminoso e deve ser tratado com a dignidade que um ser humano merece”, apontou Petro. O presidente colombiano não especificou quantos voos americanos pretendiam aterrizar na Colômbia nem quantas pessoas transportavam.
“Não posso obrigar os imigrantes a permanecer num país que não os quer; mas se esse país os devolver, deve ser com dignidade e respeito por eles e pelo nosso país”, disse Petro.
Até agora, os Estados Unidos não tinham deportado imigrantes irregulares para a Colômbia desde a tomada de posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na segunda-feira passada (20), mas países como Brasil e Guatemala receberam compatriotas.
Em seu comunicado desse domingo, Petro respondeu às notícias sobre uma denúncia feita pelo Brasil sobre maus-tratos a imigrantes brasileiros durante um voo de deportação. Os brasileiros foram algemados em um voo que fez um pouso inesperado na cidade de Manaus.
O Itamaraty publicou nesse domingo, uma nota sobre a situação dos brasileiros deportados vindos dos Estados Unidos que chegaram ao País na última sexta-feira (24). No documento, a pasta afirma que o uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos do acordo com os Estados Unidos, “que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”.
O ministério das Relações Exteriores reiterou que o governo brasileiro reuniu informações detalhadas sobre o “tratamento degradante” dado aos brasileiros algemados, nos pés e mãos, no voo de repatriação do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos EUA (ICE). O avião, cujo destino final seria Belo Horizonte (MG), fez um pouso inesperado em Manaus. Durante o período na capital amazonense, autoridades detectaram que as pessoas estavam algemadas e acorrentadas por determinação dos americanos.
“O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas. O Brasil concordou com a realização de voos de repatriação, a partir de 2018, para abreviar o tempo de permanência desses nacionais em centros de detenção norte-americanos, por imigração irregular e já sem possibilidade de recurso”, diz a nota do Itamaraty.
O texto da pasta ainda pontua que a indignação dos 88 brasileiros deportados a bordo, que se sentiram humilhados pelo tratamento a que foram submetidos, que também foi um fator determinante para a decisão de suspender o voo. (Estadão Conteúdo)