Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de março de 2024
O presidente da França, Emmanuel Macron, enfrentou uma maratona de três dias por quatro cidades brasileiras – Belém, Rio, São Paulo e Brasília – e volta para casa com um respiro na imagem, acordos assinados e promessas de parceria estratégica com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Macron chegou ao poder em 2017, após experimentos fracassados nos dois espectros políticos: o conservador Nicolas Sarkozy, considerado muito duro e intransigente, e o socialista François Hollande, tido como fraco e pouco atuante – Sarkozy acabou condenado por corrupção e Hollande terminou o mandato com menos de 5% de aprovação.
Tido como um político de centro – “nem de direita, nem de esquerda”, segundo sua campanha –, Macron acabou virando alvo tanto de nacionalistas de extrema direita quanto de esquerdistas radicais.
Popularidade
Às vezes falando um francês rebuscado demais, outras vezes beirando o vulgar, Macron tem vivido às turras com o eleitor, com uma popularidade em torno de 30%, segundo as últimas pesquisas. No Brasil, porém, ele viveu momentos de popstar: conversou com lideranças indígenas, jantou com celebridades e tirou selfies com o povão na Avenida Paulista.
Ao voltar para a França, Macron leva na mala mais do que a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração brasileira atribuída a cidadãos estrangeiros, que ganhou de Lula. O francês assinou no Brasil mais de 20 acordos, entre eles um entendimento para a criação de um centro de pesquisas da biodiversidade amazônica e um compromisso de cooperação jurídica entre os dois países em matéria penal.
Investimentos
No Rio de Janeiro, o presidente francês defendeu a cooperação tecnológica com o Brasil para o desenvolvimento do primeiro submarino nuclear da América Latina, um sonho antigo da Marinha brasileira.
Macron e Lula também avançaram em uma parceria estratégica, que inclui a cooperação entre o Parque Amazônico da Guiana Francesa e o Parque Nacional das Montanhas de Tumucumaque, no Amapá e no Pará, além de anunciar um programa que pretende investir R$ 5,4 bilhões na bioeconomia da Amazônia brasileira e da Guiana Francesa.
Os investimentos devem ser direcionados principalmente para ações de conservação e manejo sustentável das florestas, planejamento e valorização econômica dos ecossistemas e áreas florestais, uma pauta ambiental que se encaixa na agenda de Macron, na França e na União Europeia.