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Mundo Presidente da França faz apelo para que Israel pare de matar mulheres e bebês em Gaza

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Macron disse que "não havia justificativa" para o bombardeio israelense de Gaza. (Foto: Reprodução/X)

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que “Israel deve parar de matar bebês e mulheres em Gaza”.

Em conversa no Palácio do Eliseu, Macron declarou que “não havia justificativa” para o bombardeio israelense de Gaza. Macron afirmou que um cessar-fogo beneficiaria Israel.

“De fato — hoje, civis estão sendo bombardeados — de fato. Estes bebês, estas mulheres, estes idosos são bombardeados e mortos. Portanto, não há razão para isso nem legitimidade. Por isso, pedimos a Israel que pare”, disse Macron.

O presidente francês disse que reconhece o direito de Israel de se proteger, mas que “apela para [Israel] parar com este bombardeio” em Gaza.

Mas também ressaltou que a França “condena claramente” as ações “terroristas” do Hamas.

A França — tal como Israel, os EUA, o Reino Unido e outras nações ocidentais — considera o Hamas uma organização terrorista.

Quando perguntado se queria que outros líderes — incluindo os dos EUA e do Reino Unido — se juntassem aos seus apelos por um cessar-fogo, ele respondeu: “espero que o façam”.

Depois de um mês de bombardeio israelense e quase duas semanas de uma grande ofensiva terrestre no território, o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, afirmou que 11.078 pessoas foram mortas, enquanto 1,5 milhão fugiram de suas casas.

Israel afirma que ataca alvos militares em conformidade com o direito internacional e toma medidas para reduzir as vítimas civis, como avisos antes dos ataques e recomendações de evacuação.

Falando no dia seguinte a uma conferência de ajuda humanitária em Paris sobre a guerra em Gaza, Macron disse que a “conclusão clara” de todos os governos e agências presentes foi de “que não há outra solução senão primeiro uma pausa humanitária, seguida por um cessar-fogo, que nos permitirá proteger (…) todos os civis que não têm nada a ver com terroristas”.

Ele disse que não é seu papel julgar se o direito internacional foi violado.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, respondeu rapidamente aos comentários de Macron, dizendo que as nações deveriam condenar o Hamas, não Israel.

“Os crimes que o Hamas [está] cometendo hoje em Gaza serão cometidos amanhã em Paris, Nova Iorque e em qualquer lugar do mundo”, dizia um comunicado do gabinete de Netanyahu.

Macron disse que a França “condena claramente” os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro, que desencadearam a guerra. Homens armados do Hamas mataram cerca de 1,2 mil pessoas e fizeram outras 240 como reféns no ataque sem precedentes que lançou naquele dia.

“Partilhamos a dor [de Israel]. E partilhamos a sua vontade de se livrar do terrorismo. Sabemos o que o terrorismo significa na França.”

Mas ele disse que “não há justificativa” para o bombardeio contínuo de civis em Gaza.

“É extremamente importante para todos nós por causa dos nossos princípios, porque somos democracias. É importante, a médio e longo prazo, bem como para a segurança do próprio Israel, reconhecer que todas as vidas são importantes.”

Macron disse discordar que a melhor forma de Israel “se proteger” é realizando um grande ataque à Gaza. Para ele, essa estratégia está gerando “ressentimento e sentimentos ruins” na região que prolongariam o conflito.

Israel disse que iniciará pausas militares diárias de quatro horas em partes do norte de Gaza enquanto continua a sua ofensiva. O seu ministro da Defesa, no entanto, sublinhou que as pausas seriam “localizadas” e “não prejudicariam os combates na guerra”.

Antissemitismo

Macron fez um apelo a todos os cidadãos franceses para que condenem “sem ambiguidade” atos antissemitas. Neste domingo (12) haverá uma marcha contra o antissemitismo, na qual participará uma grande parte da classe política francesa.

Macron disse que a França tem provavelmente a maior comunidade muçulmana da Europa e também uma grande comunidade judaica. Para o presidente francês, com o grande aumento no antissemitismo, todos os cidadãos franceses precisam estar unidos contra esse sentimento, e precisam “compartilhar a dor ou o compaixão dos palestinos”.

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