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Mundo Presidente da Ucrânia diz que a Rússia parou de “só fazer ultimatos” e “adotou enfoque diferente” em negociações

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Se confirmada, ida dos secretários americanos será a primeira visita oficial de membros do governo Biden à Ucrânia desde o início da guerra, em 24 de fevereiro. (Foto: Reprodução/Twitter)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que há mudanças significativas nas negociações entre seu país e a Rússia, que ocorrem em paralelo à guerra. Em entrevista coletiva neste sábado, Zelensky disse “estar feliz” por perceber “passos positivos” nas últimas negociações bilaterais.

“A Federação Russa nos deu ultimatos desde o início, que não aceitamos”, disse Zelensky. “Agora, eles começaram a falar sobre algo, não apenas lançando ultimatos. É um enfoque fundamentalmente diferente.”

Zelensky não especificou quando ocorreram as últimas negociações. Embora tenham ocorrido quatro encontros presenciais oficiais entre os representantes dos países até o momento, o presidente russo, Vladimir Putin, já afirmou que as negociações “agora acontecem quase diariamente”. Isto dá a entender que as conversas às quais o ucraniano se referiu ocorreram de forma extraoficial, provavelmente por meios virtuais e não presencialmente. Na sexta-feira, Putin também insinuou perceber avanços nas negociações. Apesar disso, em nenhum momento a Rússia disse que abrirá mão de seus objetivos.

Na quinta-feira, a Turquia sediou as primeiras negociações entre os ministros das Relações Exteriores russo e ucraniano desde o início da invasão, o encontro de mais alto nível até agora. Realizaram-se também três sessões de diálogo ao nível das delegações, a primeira na fronteira ucraniana-bielorrussa e as duas seguintes na fronteira polaco-bielorrussa.

Neste sábado, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, informou que as reuniões continuarão ocorrendo por videoconferências, sem dar mais detalhes.

Na mesma declaração, transmitida pela televisão, o presidente ucraniano deu pela primeira vez um número de soldados ucranianos mortos desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro: no mínimo 1.300. Ele afirmou que a Rússia “sofreu muito mais baixas”. Os números não podem ser confirmados de forma independente.

Zelensky disse que pediu aos líderes da França e da Alemanha – Emmanuel Macron e Olaf Scholz, respectivamente – para pressionarem o Kremlin para libertar o prefeito de Melitopol, uma cidade do Sul agora ocupada por tropas russas. Ivan Fedorov foi capturado na sexta-feira, e civis protestam por sua libertação.

Macron e Scholz tiveram uma conversa trilateral por telefone de 75 minutos com Putin neste sábado (12). O comunicado do Kremlin sobre o chamado não faz menção a um cessar-fogo, e diz que o presidente russo acusou as forças ucranianas de “violações flagrantes” do direito humanitário durante a chamado. De acordo com a nota, Putin mencionou “assassinatos extrajudiciais de opositores”, “tomada de reféns civis” e seu “uso como escudo humano”, bem como a “distribuição de armas pesadas em áreas residenciais, perto de hospitais, escolas e creches”.

Ainda não há notas oficiais de França e Alemanha. Um funcionário da Presidência francesa disse à agência de notícias AFP, sob anonimato, que “não detectamos a disposição de Putin de encerrar a guerra”.

Neste sábado, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, acusou os Estados Unidos de aumentar as tensões e disse que a situação foi complicada por comboios de carregamentos de armas ocidentais para a Ucrânia. Ele descreveu esses comboios como “alvos legítimos”.

A Rússia enfrenta dificuldades para avançar, e neste sábado suas tropas fizeram mais uma pausa operacional rumo a Kiev. As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.

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