Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2023
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, não irá à Argentina para participar da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em Buenos Aires. A decisão foi confirmada pelo governo venezuelano por meio de um comunicado em que cita um suposto “plano da direita neofascista” para realizar “uma série de agressões contra a nossa delegação”.
“Eles pretendem dar um show deplorável para perturbar os efeitos positivos de um evento regional tão importante, e assim contribuir para a campanha de descrédito -já malsucedida- que foi lançada contra nosso país pelo Império Norte-Americano”, diz o comunicado.
A possível presença de Maduro e do cubano Miguel Díaz-Canel na Argentina para a Cúpula da Celac se tornou uma polêmica eleitoral no país.
Patricia Bullrich, presidente do Proposta Republicana, partido de oposição ao presidente Alberto Fernández, disse no domingo (22) que pediria à DEA, agência antidrogas dos Estados Unidos, para prender Maduro quando ele chegasse à Argentina. Segundo ela, o pedido poderia levar à prisão do presidente venezuelano pelas denúncias às quais responde nos Estados Unidos por narcotráfico.
Encontro desmarcado
Mais cedo, o governo brasileiro informou que a reunião bilateral entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Maduro havia sido cancelada.
O encontro tinha sido anunciado, também pela equipe de Lula, horas antes. Mas, segundo assessores, o cancelamento foi definido pelo governo venezuelano. O motivo não foi informado naquele momento.
Na posse de Lula, em 1º de janeiro, houve expectativa da presença de Maduro em Brasília, o que acabou não ocorrendo.
Em discurso na Casa Rosada, Lula afirmou que o Brasil vai ajudar Cuba e Venezuela no que for possível. “Eu espero que daqui dois meses tenha se resolvido a normalidade diplomática com a Venezuela e eu espero que daqui uns meses a Venezuela esteja se recuperando economicamente”, disse o petista.
Expectativa
Segundo a mídia argentina, entre membros do governo argentino, havia expectativa da participação de Maduro até poucos momentos antes da divulgação da nota do governo venezuelano.
Uma parte da oposição argentina, no entanto, era contra a ida de Maduro para participar do encontro da Celac.
A ex-ministra de Segurança Patricia Bullrich, presidente do Partido Proposta Republicana, notificou a DEA – a agência antidrogas americana – pedindo a detenção de Maduro, baseada no mandado de captura expedido pelos EUA por associação a um cartel de drogas.