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Presidente do Banco Central diz que a manutenção da incerteza pode levar a autarquia a reduzir cortes de juros

"Quando você olha a inflação desancorando e o prêmio de risco onde está hoje é um sinal que nos preocupa muito", diz Roberto Campos Neto. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira (17) que uma manutenção do cenário de incerteza elevada pode significar uma redução do ritmo de afrouxamento monetário promovido pela autarquia na tentativa de controlar a inflação.

Em evento com investidores em Washington, nos Estados Unidos, Campos Neto apresentou uma espécie de guia sobre os próximos passos do Banco Central a depender da evolução do cenário.

“Poderia haver uma redução da incerteza, o que significa que seguiríamos o caminho usual. Poderíamos ter um sistema no qual a incerteza continua a ser muito alta e não muda significativamente, o que pode significar uma redução no passo”, afirmou.

“Poderíamos ter um cenário no qual a incerteza começa a afetar mais fortemente variáveis importantes, e aí precisaríamos falar sobre mudar o balanço de riscos. E poderíamos ter cenário no qual a incerteza na verdade se agrava, criando estresse global e, nesse caso, mudaríamos nosso cenário base”, prosseguiu.

O presidente do BC destacou que a maior parte das incertezas no atual cenário é global, mas também destacou riscos fiscais domésticos após afrouxamento da meta de resultado primário para 2025.

No evento, Campos Neto enfatizou que o BC não terá medo de fazer o que é preciso para alcançar suas metas, ainda que eventuais mudanças na orientação futura da autarquia possam gerar problema de credibilidade.

O encontro de Campos Neto com investidores na capital norte-americana seria fechado e sem transmissão, pela previsão inicial, mas depois o BC anunciou a abertura do evento.

A taxa Selic está atualmente em 10,75%, após seis cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual pelo BC desde agosto do ano passado. A orientação futura do mais recente encontro do Copom (Comitê de Política Monetária) previa manutenção do ritmo de corte pelo menos em sua próxima reunião.

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