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Presidente do Banco Central diz que inflação depende do fiscal e população sofre com desequilíbrio

O presidente do BC afirmou que é necessário “ter um olho” para o social, mas também para o equilíbrio fiscal. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

A dinâmica inflacionária no Brasil depende das definições do governo sobre a responsabilidade fiscal, disse nesta sexta-feira (11) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltando que o mercado está sensível ao debate sobre as contas públicas.

Em discurso fortemente focado na questão fiscal e com recados ao governo eleito, Campos Neto afirmou que o Brasil registrou uma piora recente na percepção sobre quando a redução nas taxas de juros será iniciada, acrescentando que esse movimento ocorreu”muito devido à percepção sobre qual será o novo arcabouço fiscal”.

Ele disse ainda que a autonomia do Banco Central passará por um “teste importante” com a primeira transição política após a aprovação da nova lei, mas frisou que a autarquia é um órgão técnico e vai cooperar com o governo eleito.

O presidente do BC afirmou que é necessário “ter um olho” para o social, mas também para o equilíbrio fiscal, sem o qual há ampliação das incertezas e “quem sofre é a população que você quer ajudar”.

“Se não tiver equilíbrio fiscal e começar a afetar as outras variáveis, vai achar que fazendo um gasto adicional muito maior vai ajudar a sua causa de gerar emprego e atender a população carente, mas na realidade pode estar tendo efeito oposto”, afirmou.

“Se você desorganiza o mercado, diminui investimento, gera instabilidade, acaba gerando desemprego. Essa equação que o governo tem que resolver, e o Banco Central vai trabalhar junto.”

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