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Presidente do Banco Central diz que interesses particulares atrapalham o ajuste fiscal

Ilan Goldfajn assumiu a presidência do BC em junho (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

Diante da resistência do Congresso em aprovar medidas de ajuste fiscal, o presidente do BC (Banco Central), Ilan Goldfajn, afirma que interesses coletivos precisam prevalecer sobre os individuais para o Brasil voltar a crescer. “Essa ideia de que todo mundo é a favor do fiscal na teoria, mas na prática cada um cuida do seu [interesse], é um entrave”, diz, insistindo que, “se cada um se preocupar apenas com seu lado”, a inflação não vai cair.

Durante entrevista na sede do BC em São Paulo, Ilan avaliou que a economia “estabilizou e parou de cair”. Previu “uma recuperação moderada” em 2017. Ilan assumiu o comando do BC em 9 de junho. Nesse período, o BC continuou com a sua política de buscar frear a queda do dólar – ainda assim a moeda recuou 6,24% nesse período, para R$ 3,17 – e adotou uma linguagem mais clara e sucinta na ata do Copom (Comitê de Política Monetária).

Sobre as pressões da ala política do governo para o BC cortar juros e usar outros instrumentos para conter a inflação, ele afirmou: “É como se a recomendação fosse botar um pé na geladeira e outro no fogão e, na média, estamos iguais. Não estamos”. A inflação brasileira chegou a 8,74% nos 12 meses encerrados em julho, acima do teto da meta de inflação, de 6,5% ao ano.

“Um amigo, o economista Mansueto Almeida, que trabalha na Fazenda, diz que todo mundo concorda com o ajuste fiscal. Mas, quando o ajuste recai no seu próprio lado e tem de fazer a sua parte, aí começa a complicar. No coletivo todo mundo concorda, mas, quando chega no individual, colocam o interesse próprio antes. Se cada um se preocupar só com seu lado, o coletivo não sairá. O País não vai crescer, a inflação não vai cair”, declarou o presidente da autoridade monetária. (Folhapress)

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