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Presidente do Banco Central diz que o cartão de crédito tem quatro vezes mais fraudes que o PIX

Roberto Campos Neto afirmou atraso na agenda do programa de pagamentos e transferências ocorreu para aperfeiçoar a segurança. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu a segurança do PIX durante evento no Rio. Segundo ele, as fraudes com o sistema de pagamento e transferências instantâneas são menores do que as do cartão de crédito.

“É óbvio que, quando passa a ter 224 milhões de operações por dia, a fraude cresce, mas você não pode comparar os números absolutos. O PIX tem uma fraude a cada 100 mil operações, enquanto o cartão de crédito tem 30.”

Atualmente, o PIX é usado por 151,2 milhões de pessoas e 14,6 milhões de empresas em 224,2 milhões de operações por dia, em média.

O presidente do BC participou nessa quarta-feira (24) do Blockchain in Rio. Sua participação estava originalmente prevista para terça (23), mas uma mudança na agenda fez com que sua palestra coincidisse com o início do período de silêncio que antecede a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual se define a taxa básica de juros, atualmente em 10,5% ao ano. Antes mesmo de iniciar sua apresentação avisou aos presentes: “só vim falar de tecnologia” e acrescentou que isso seria “um alívio”.

Campos Neto ressaltou ainda que a agenda de inovações no PIX passou por atrasos para permitir o aperfeiçoamento da segurança do sistema. Desde o lançamento do sistema de pagamentos instantâneos, em 2020, foram lançadas outras funcionalidades, como agendamento de transferências e PIX Crédito. No próximo ano, deve entrar em operação o PIX automático, que permitirá pagamentos periódicos a empresas. Há outras inovações previstas adiante.

O presidente do BC disse que a adesão ao sistema de pagamento em tempo real foi muito maior do que a prevista pelos técnicos e, por isso, tomou a decisão de atrasar lançamentos para elevar o nível de segurança nas operações. No entanto, minimizou a importância de vazamentos de dados que já ocorreram:

“Precisamos tomar cuidado com saldo, histórico de compra. Agora, CPF, telefone? A gente usa essas informações como chave. Lembra o que tinha no canhoto do cheque especial? O CPF. Você dava isso para todo mundo e não se preocupava…”

Superapp nos planos

O presidente do BC comentou ainda os desafios para a viabilização de um sistema instantâneo de pagamentos internacional, incluindo as diferentes regras tributárias entre os países. De acordo com Campos Neto, é necessário encontrar uma saída já que o sistema não seria capaz de recolher impostos em toda e qualquer transferência.

Nos planos do BC está ainda um Superapp, através do qual será possível ter acesso a todas as contas bancárias, às transações de crédito, débito e PIX e, ainda, consultar uma espécie de “consultor financeiro”, desenvolvido por meio de inteligência artificial. Os projetos, porém, não devem sair do papel até o fim do seu mandato no Banco Central.

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