O presidente do Equador, Lenín Moreno, admitiu nesta quarta-feira (15) que não estava preparado para enfrentar a epidemia de coronavírus, que já matou centenas de pessoas e provocou o caos em Guayaquil, o centro financeiro do país.
“Li e escutei vários comentários que assinalam que não estávamos preparados. Claro que não estávamos preparados. Ninguém estava”, disse Moreno em rede nacional de rádio e TV.
“Nenhum governo, de qualquer país, estava preparado”, declarou o presidente, destacando que a epidemia pegou o Equador de cofres vazios diante das dificuldades econômicas que atravessa o país.
O Equador, com 7.858 casos e 388 mortos confirmados (mais de mil óbitos suspeitos) é um dos países mais afetados da América Latina pela epidemia, que atinge especialmente a província de Guayas (sudoeste), cuja capital é Guayaquil.
A cidade de Guayaquil tem registrado inúmeros casos de corpos sem remoção em residências e até nas ruas, com os hospitais lotados e a população clamando por ajuda. Moreno criou uma força conjunta de policiais e militares para enfrentar o colapso do sistema funerário em Guayaquil, onde há “1.424 falecidos nos hospitais e em residências”.
As funerárias deixaram de trabalhar devido às restrições de mobilidade pelo toque de recolher e diante do temor de contaminação de seus funcionários. Jorge Wated, que comanda a força conjunta, informou que na terça-feira foram retirados cerca de 800 corpos de residências e outros 600 de hospitais. A situação levou o vice-presidente, Otto Sonnenholzner, a pedir desculpas pela “forte deterioração” da imagem internacional do país.