Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 25 de abril de 2025
Claudia Sheinbaum quer o País como parceiro estratégico no setor aeroespacial.
Foto: Ricardo Stuckert/Secom-PRA presidente do México, Claudia Sheinbaum, classificou, na quinta-feira (24), o Brasil como uma potência na indústria de aeronaves e afirmou querer o País como parceiro estratégico no setor aeroespacial.
“Quando Marcelo Ebrard foi chanceler (no governo de López Obrador), firmamos um acordo com diferentes países da América Latina para a criação de uma agência regional. Agora queremos convidar o Brasil para fazer parte da nossa indústria aeroespacial, que na época não participou, porque é uma potência no setor de aeronaves”, declarou durante a coletiva Mañanera del Pueblo.
A fala de Sheinbaum ocorre no mesmo momento em que a Embraer, uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo, oficializou sua adesão à Federação da Indústria Aeroespacial do México (Femia), durante a feira Famex 2025. A filiação reforça o interesse mútuo em ampliar a cooperação tecnológica e industrial entre os dois países.
Com mais de 40 anos de atuação no mercado mexicano e uma frota superior a 100 aeronaves em operação no país, a Embraer se posiciona como peça-chave para impulsionar a presença brasileira na indústria aeroespacial latino-americana. Segundo a presidente da Femia, Luis Lizcano, a entrada da empresa no grupo representa “importantes oportunidades de colaboração no desenvolvimento do setor no México”.
No começo deste mês, antes de participar da 9ª Reunião da Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos — a CELAC, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com a mandatária mexicana. Após o cumprimento das agendas em Tegucigalpa, capital de Honduras, Lula destacou, em entrevista à imprensa, que quer reforçar as relações comerciais entre o Brasil e o México.
“É muito importante que o México e o Brasil estejam juntos. Não apenas para ajudar a fortalecer a América Latina, mas para fortalecer o comércio entre os dois países”, afirmou.
“O que eu propus para a presidenta Cláudia é que nós precisamos fazer dois grandes eventos empresariais, um no México e um no Brasil, para que os nossos empresários possam prospectar oportunidades de negócios e a gente possa aumentar a nossa relação comercial”, completou.
Lula pontuou que a ideia é realizar esses eventos a cada dois anos no Brasil e no México, num modelo semelhante ao que combinou com o governo japonês, durante a visita oficial que fez ao país asiático no fim de março. Na ocasião, Lula participou do Fórum Empresarial Brasil-Japão.
Na conversa com jornalistas, Lula também expressou preocupação com os possíveis impactos das decisões dos Estados Unidos de taxar produtos importados de diversos países, como Brasil e China, e defendeu o multilateralismo.
“Querer fazer negociação individual é você colocar fim no multilateralismo. E ele é muito importante para a tranquilidade econômica que o mundo precisa. Não é aceitável a hegemonia de um país, nem militar, nem cultural, nem industrial, nem tecnológica, nem econômica, sobre os outros. É importante que todo mundo tenha sua soberania respeitada e suas decisões levadas em conta”, disse.
O presidente enfatizou que o governo brasileiro adota uma posição baseada em negociações e em evitar contenciosos. “Tudo no Brasil é feito na base da conversa, na base de uma mesa de negociação. É assim que a gente quer fazer o Brasil se transformar num país de economia forte. É conversando, negociando e acordando”, explicou.