Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de março de 2024
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou em depoimento à Polícia Federal que não concorda com as falas do presidente Jair Bolsonaro sobre potencial fraude nas urnas e que foi pressionado por deputados e pelo próprio presidente a ingressar com uma ação após o segundo turno.
“Respondeu que não concorda com a fala do presidente Bolsonaro, pois já participou de várias eleições e nunca presenciou nada que desabonasse o sistema eleitoral brasileiro. Inclusive, orientou a bancada do partido a votar contra a implementação do voto impresso”, afirmou Valdemar em depoimento.
O PL entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral após o segundo turno das eleições questionando o funcionamento das urnas. Segundo um relatório feito pelo Instituto Voto Legal, Bolsonaro teria recebido mais votos nas urnas mais recentes e que Lula teria a maioria dos votos nas mais antigas. Moraes, entretanto negou o pedido feito pelo PL, porque o partido questionou apenas o resultado do primeiro turno. O partido foi multado em R$ 22,9 milhões por litigância de má-fé (quando a Justiça é acionada de forma desonesta ou mal-intencionada) já que o PL questionou o resultado apenas das eleições presidenciais no segundo turno e não todos os resultados da eleição, o que afetaria também todos os deputados estaduais, deputados federais, senadores e governadores eleitos em todo o país.
No seu depoimento, Valdemar afirmou que foi pressionado por deputados e pelo presidente Jair Bolsonaro a ingressar com a ação no Tribunal Superior Eleitoral.
“Indagado se o então presidente Jair Bolsonaro insistiu com o declarante para ajuizar ação no TSE questionando o resultado das urnas eletrônicas, respondeu que quando houve o vazamento do relatório do IVL, os deputados do Partido Liberal e o então presidente Bolsonaro o pressionaram para ajuizar tal ação no TSE”, disse o presidente do PL.
Ex-comandante da Aeronáutica
O ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Junior relatou à Polícia Federal (PF) que “começou a ficar preocupado” após ver o então presidente Jair Bolsonaro discursar para apoiadores no Palácio da Alvorada, ao lado do ex-ministro Walter Braga Netto, em dezembro de 2022. Baptista Junior declarou que entendeu que os dois “iriam continuar a tentar uma ruptura institucional”
Na ocasião, no dia 9 de dezembro daquele ano, Bolsonaro falou a apoiadores que estava em uma “encruzilhada” e que o “povo” que decidiria para onde as Forças Armadas iriam. A fala, que ocorreu após mais de um mês de silêncio, ocorreu dois dias após o então presidente apresentar aos comandantes das Forças Armadas uma minuta golpista, com intuito de rever o resultado das eleições.
“O depoente começou a ficar preocupado, pois entendeu que iria continuar a tentar uma ruptura institucional”, diz a transcrição do depoimento.
Baptista Junior acrescentou que no dia seguinte publicou em sua conta no Twitter (hoje X) uma mensagem parabenizando a indicação de Marcelo Kanitz Damasceno como futuro comandante da Aeronáutica. A ideia foi “reforçar a posição” de que haveria uma “transição democrática e pacífica no âmbito da FAB”.