Quarta-feira, 04 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de janeiro de 2024
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse ter ficado “indignado” com a operação da Polícia Federal (PF) que teve como alvo o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ). O parlamentar teve sua casa e seu gabinete na Câmara vasculhada por agentes da corporação na manhã dessa quinta-feira (18), na 24ª da Operação Lesa Pátria, que apura responsabilidades sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
“As atitudes e ações do parlamentar do PL são protegidas pelo instituto da imunidade parlamentar, garantido pela Constituição que todos nós juramos defender e respeitar. Mas não é isso que estamos assistindo nos últimos meses”, afirmou o presidente da sigla.
Para Valdemar, parcela do Judiciário “continua adotando medidas que causam espanto e temor no meio político e judicial em geral”.
O líder do PL na Câmara, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ) afirmou que há revolta em parlamentares de diversos partidos.
“O ocorrido hoje é considerando um afronto violentíssimo ao Poder Legislativo”, afirmou Côrtes.
Pela manhã, houve conversas entre parlamentares sobre a possibilidade de um requerimento a ser levado ao plenário para suspender a operação contra Jordy –algo que não encontra respaldo no regimento do Congresso.
“Alguns deputados levantaram essa ideia, mas a gente vai estudar com calma o que fazer. Não tem nenhum requerimento e ninguém está assinando nada ainda”, disse Côrtes.
Líder da oposição na Câmara, Jordy é suspeito de promover atos antidemocráticos que contestavam o resultado das eleições presidenciais em 2022, como bloqueios das rodovias no interior do Rio de Janeiro. Ele é também pré-candidato à prefeitura de Niterói.
Segundo a PF, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de Jordy, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, e em seu gabinete, no Congresso Nacional, em Brasília. Intimado a depor, o parlamentar negou ter financiado ou ter qualquer relação com os golpistas do 8 de janeiro. A declaração foi dada ao chegar na sede da Superintendência da PF, no Rio de Janeiro.
A operação deve voltar a elevar a temperatura do embate entre os poderes Legislativo e Judiciário. O clima entre as Casas chegou a esquentar no ano passado, em episódios como a votação do marco temporal e a votação da PEC para restringir decisões monocráticas do Supremo. O cenário, no entanto, arrefeceu no fim do ano, a partir de gestos de ambos os lados.
Repercussão
A operação contra Jordy provocou reação entre parlamentares da base bolsonarista desde a manhã dessa quinta.
Entre os nomes que demonstraram apoio ao político nas redes sociais estão o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), Bia Kicis (PL-DF) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), principal nome do bolsonarismo na disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro.
Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Flávio comentou a ação que teve Jordy como alvo logo pela manhã, que considerou como ação de “autoritarismo e arrogância”.
O vereador Carlos Bolsonaro também prestou solidariedade ao parlamentar e disse que “mais uma vez ignora-se solenemente a Constituição e deflagra-se mais um capítulo do rumo assombroso para onde caminha o Brasil”.
Pré-candidato à prefeitura do Rio, o deputado Alexandre Ramagem afirmou que a operação “representa a continuidade da armadilha preparada contra o povo brasileiro” e disse que reforma do judiciário precisa ser pautada no Congresso Nacional.