O presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira, disse nessa quarta-feira (5) que o partido é fiel ao governo e “entrega de 80 a 85% dos votos na Câmara” para o governo, mas descartou uma cobrança por mais cargos na reforma ministerial. “Não peço mais ministérios, mas estou aberto ao diálogo”, declarou durante entrevista à Rádio Eldorado.
Questionado sobre movimentos pela anistia dos acusados de tentativa de golpe de Estado e por uma redução no prazo de inelegibilidade na Lei da Ficha Limpa de oito para dois anos, que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, Pereira disse que o partido ainda não discutiu os assuntos, mas apresentou suas posições. “Oito anos é muito tempo e dois é pouco. Eu acho que deveríamos fazer um equilíbrio de 4 a 6 anos”, afirmou.
Sobre a possibilidade anistia, falando na condição de advogado, o presidente do Republicanos ressaltou que o tema só poderia ser discutido após o julgamento do processo pelo Supremo Tribunal Federal.
Tendência
Recentemente, o presidente do Republicanos afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que a tendência do partido é apoiar um candidato de centro-direita nas eleições presidenciais de 2026. Apesar da sigla ocupar um assento na Esplanada dos Ministérios, com Silvio Costa Filho no Ministério de de Portos e Aeroportos, Pereira diz que a decisão será tomada mais adiante, conforme o cenário político se desenhar.
Em sua análise sobre o atual governo, Pereira criticou a falta de articulação da gestão Lula e apontou problemas internos. “O governo está um pouco sem rumo, sem direção. Falta entrosamento interno. Os ministros se contradizem, portarias são revogadas. É preciso haver mais pragmatismo”, afirmou.
O Republicanos tem sido um dos principais partidos da base bolsonarista, mas a posição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pode influenciar os rumos da sigla. Questionado sobre se Tarcísio será o principal herdeiro político de Jair Bolsonaro em 2026, Pereira ponderou: “eu não vejo o Tarcísio como principal nome do Bolsonaro, já que ele segue se colocando como candidato e confiando na elegibilidade”.
Ainda assim, o presidente do Republicanos afirmou que Tarcísio tem sido fiel ao partido e descartou, por ora, sua migração para o PL de Bolsonaro. “Tarcísio sempre me disse que seguiria no Republicanos. É um homem de palavra, vou confiar nele”.