Domingo, 26 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de março de 2024
Valdemar admitiu em depoimento no inquérito do golpe que "nada consistente" foi encontrado em fiscalização sobre as urnas.
Foto: ReproduçãoO presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, disse em depoimento à Polícia Federal (PF) no inquérito do golpe que foi pressionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e por deputados do partido a entrar com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para questionar o resultado do segundo turno das eleições de 2022. “Nunca foi apresentado nada consistente”, reconheceu o político.
Valdemar foi ouvido no dia 22 de fevereiro, mas só agora o ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo do depoimento.
Após a derrota de Bolsonaro, o PL pediu a anulação dos votos de 279,3 mil urnas eletrônicas alegando que houve “mau funcionamento” do sistema. O partido foi multado pelo TSE em R$ 22,9 milhões por “má-fé”.
Segundo Valdemar, a pressão para dar entrada no processo teve início após o vazamento do relatório produzido pelo Instituto Voto Legal, contratado pelo partido para “fiscalizar o andamento das eleições”. O documento apontou supostos problemas nos modelos de urna lançados antes de 2020, que têm um número de série único.
“Indagado se o então presidente Jair Bolsonaro insistiu com o declarante para ajuizar ação no TSE questionando o resultado das urnas eletrônicas, respondeu que quando houve o vazamento do relatório do IVL, os deputados do Partido Liberal e então presidente Bolsonaro o pressionaram para ajuizar tal ação no TSE”, diz um trecho do termo de depoimento.
O Instituto Voto Legal foi indicado ao PL pelo senador Marcos Pontes (PL-SP), na época ministro da Ciência, e recebeu R$ 1 milhão do partido.
Valdemar também isentou o Republicanos e o Progressistas, que faziam parte da coligação com o PL nas eleições. Ele afirmou que os partidos não chegaram a ser consultados sobre a ação no TSE e não deram autorização para a iniciativa.