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Política Presidente do Senado cancela almoço com ministros e líderes do governo e expõe descontentamento

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"A judicialização de temas próprios da política quando o diálogo ainda não tenha se esgotado é um erro primário", disse Rodrigo Pacheco. (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mostrou descontentamento com o governo Luiz Inácio Lula da Silva ao cancelar um almoço dessa terça-feira (30) com os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais e com os principais líderes do governo.

O descontentamento de Pacheco já existe há algum tempo com o adiamento de votação que estava prevista para essa terça na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do projeto de lei que trata do DPVAT e de uma abertura de espaço no orçamento, com o Governo podendo antecipar R$ 15 bilhões em despesa.

Contudo, se fosse votado nesta terça, governo perderia pois não teria voto suficiente para aprovar a proposta na CCJ. Por conta disso, a proposta foi adiada à avaliação dela para a semana que vem.

Outro incômodo foi a fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cobrando responsabilidade fiscal do Congresso.

“A judicialização de temas próprios da política quando o diálogo ainda não tenha se esgotado é um erro primário. Além de desgastar a relação com o Legislativo e revelar desarticulação, expõe o Judiciário a algo que ele precisa se apartar: a política”, disse Pacheco.

Depois de expor este descontentamento, aliados do governo estão tentando articular um encontro de Pacheco com o presidente Lula, um encontro entre os dois, para tentar colocar água nessa fervura.

A lista de assuntos é grande e tem na pauta a desoneração, cuja judicialização incomodou o presidente do Senado e os senadores. Rodrigo Pacheco até foi parceiro do governo porque, em meio à incerteza sobre derrubada dos vetos, conseguiu adiar a sessão do congresso para a próxima semana e, ainda assim, o governo judicializou.

Também há na pauta o quinquênio e o governo tem preocupação com relação ao pacto fiscal desse reajuste de 5% a cada cinco anos para funcionários do Judiciário, do Ministério Público, um pacto considerado de R$ 42 bilhões. Essa é uma pauta defendida pelo presidente do Senado.

E, por fim, há a dívida dos Estados. Isso também incomodou muito o presidente do Senado, que é de Minas Gerais, porque o prazo foi estendido para 90 dias para que o governo de Minas pudesse aderir ao regime de recuperação fiscal do governo. O governo recorreu dessa decisão, o que também incomodou o presidente do Senado, que estava à frente da renegociação da dívida de Minas Gerais com o governo federal.

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