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Política Presidente do Senado classifica como “infeliz” a fala do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo, sobre “derrotar o bolsonarismo”

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Rodrigo Pacheco fez um pronunciamento no púlpito da Presidência do Senado

Foto: Roque Sá/Agência Senado
Pacheco se contrapõe a Romeu Zema renegociação da dívida de Minas. (Foto: Roque Sá/Agência Senado)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificou como “infeliz” a fala do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, sobre “derrotar o bolsonarismo”. Segundo Pacheco, ainda não foi apresentado nenhum pedido de impeachment por parte dos senadores, mas, caso seja protocolado, será apreciado com “independência”.

“A presença do ministro em um evento de natureza política com uma fala de natureza política é algo que reputo infeliz, inadequado, inoportuno e o que espero é que haja por parte do ministro Barroso uma reflexão em relação a isso, eventualmente uma retratação”, pontuou.

O senador lembrou quando também se manifestou para defender Barroso diante dos ataques feitos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o magistrado.

“Tão inadequado quanto o ataque já sofrido pelo ministro Luís Roberto Barroso também, evidentemente, foi muito inadequada, inoportuna e infeliz a fala do ministro Barroso em evento da UNE”, avaliou o presidente do Senado em discurso nesta quinta-feira (13).

Rodrigo Pacheco fez um pronunciamento no púlpito da Presidência do Senado após dizer que recebeu diversos telefonemas de parlamentares que criticaram a postura de Barroso na noite de quarta-feira (12).

Sobre um possível pedido de impeachment do ministro do STF, Pacheco afirmou que, caso seja formalizado, deverá ser analisado com “independência”.

“Sempre disse que pedidos de impeachment devem ser analisados. Cada caso deve ser analisado. Havendo um pedido, e sei que há um movimento de coleta de assinaturas nesse sentido, me caberá apreciar, com toda independência e decência que se exige numa apreciação dessa natureza”, defendeu.

Ao longo de sua declaração, o presidente do Senado enfatizou o seu respeito pelo ministro, mas avaliou que não cabe ao Poder Judiciário manifestar-se politicamente. “Todos nós temos o direito de errar, de ter uma fala infeliz em algum momento. Barroso tem extraordinárias qualidades, inteligência, capacidade, espírito público, patriotismo, não há dúvida. Mas não cabe ao poder Judiciário fazer manifestação de cunho político em relação a uma ala política”, pontuou.

A declaração do magistrado sobre o bolsonarismo foi feita durante atividade do 59º Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), em Brasília.

“Saio daqui com as energias renovadas pela concordância e discordância porque essa é a democracia que nós conquistamos”, afirmou, na ocasião. “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”.

A atividade em que Barroso participou ocorreu logo depois da abertura do Congresso, em uma mesa com o nome “Em defesa da democracia: o enfrentamento ao autoritarismo e ao discurso de ódio no Brasil”.

O Congresso da UNE acontece em Brasília até este sábado e Barroso participou da abertura do evento.

 

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