O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se posicionou a favor da permanência de Jean Paul Prates no comando da Petrobras e disse que a Casa se sente prestigiada, já que Prates atuou como senador pelo Rio Grande do Norte até 2023. Pacheco, no entanto, afirmou que não vai interferir na decisão do governo.
“Fiz uma manifestação de cunho pessoal sobre a qualidade dele. Cumpriu missões importantes no Senado, tem profundo conhecimento do setor. Nós, no Senado, nos sentimos prestigiados com ele na presidência da Petrobras. É um nome adequado que conhece o setor. A eventual mudança na Petrobras não me diz respeito, não irei interferir nisso, mas fiz uma ponderação sobre a qualidade do Jean Paul”, declarou Pacheco em entrevista à GloboNews.
Esse posicionamento é apontado como um dos principais motivos na mudança de postura do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que disse, na terça (9), que a demissão de Prates não passaria de especulação.
A permanência ganhou força depois de duas reuniões entre o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a portas fechadas, na segunda-feira (8). No mesmo dia, Pacheco teve uma reunião com Haddad e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Na ocasião, o presidente do Senado defendeu a permanência de Prates.
Divergência entre Prates e Silveira
A eventual saída de Prates virou notícia em Brasília justamente por causa das rusgas entre o presidente da Petrobras e o ministro, principalmente por causa da distribuição dos dividendos extraordinários da empresa.
Dividendos são valores pagos aos acionistas com base nos lucros da empresa. O não pagamento dos dividendos extraordinários, em março, gerou mal-estar no mercado porque foi interpretado como interferência política do governo na estatal.
No governo, o ministro da Fazenda é um dos poucos que defendem a permanência de Prates no comando da estatal, e a opinião dele costuma ter um peso grande nas definições de Lula.