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Notícias Presidente do Senado pela segunda vez, Davi Alcolumbre é articulador experiente e não deve ter alinhamento total ao governo

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Palácio do Planalto teme que Alcolumbre não seja um filtro contra iniciativas da oposição. (Foto: Andressa Anholete/Agência Senado)

O Senado Federal elegeu nesse sábado (1º) o senador Davi Alcolumbre (União-AP), 47 anos, para a presidência da Casa pelos próximos dois anos. O mandato vai até o início de 2027. Esta é a segunda vez que ele assume o comando do Senado, após ter presidido a Casa entre 2019 e 2021.

Alcolumbre é conhecido pela força nos bastidores e pela habilidade de construir consensos. Mesmo na presidência de seu antecessor, Rodrigo Pachedo (PSD-MG), ele exercia influência na Casa e presidiu a comissão mais importante, a de Constituição e Justiça.

Nesta eleição, conseguiu o apoio tanto do PT quanto do PL, partidos que dividirão as vice-presidências da Casa: Eduardo Gomes (PL-TO) ocupará a primeira vice e Humberto Costa (PT-PE), a segunda. Apenas Novo e PSDB não o apoiaram, enquanto o Podemos liberou a bancada.

Os colegas dizem que muito de sua força está em atender às demandas internas do Senado. Em seu discurso na eleição, ele deixou isso bem claro: “Não haverá democracia forte sem um Congresso livre, sem um Parlamento firme, sem um Senado soberano, autônomo, e independente”, afirmou.

Alcolumbre também sinalizou que vai batalhar pela liberação das emendas parlamentares, suspensas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que apontou falta de transparência no processo. O governo havia acertado a liberação da verba em acordo com o parlamento.

Agora, Alcolumbre diz que acordo feito tem que ser acordo cumprido. “Daí coloco um terceiro compromisso para o qual me empenharei com determinação: acordo firmado é acordo cumprido até que um novo acordo ou uma nova maioria pense diferente”, afirmou .

A forma como Alcolumbre é visto pelos colegas pode ser resumida em um caso ocorrido durante sua primeira vitória para o comando do Senado. Durante a eleição de 2019, Renan Calheiros (MDB-AL) desistiu da disputa e reconheceu a força do adversário: “O Davi não é Davi, o Davi é o Golias”, afirmou à época.

Relação com Lula

Interlocutores do presidente Lula entendem que o antecessor de Alcolumbre, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), atuava como uma “barreira de contenção” à oposição, especialmente aos parlamentares mais bolsonaristas, e que é provável que o novo presidente do Senado não cumpra esse papel.

Entretanto, após ser eleito presidente, Alcolumbre afirmou que pretende “ajudar” o governo em suas pautas e que “nenhum senador” poderá “atrapalhar”.

“Nenhum senador e nenhuma senadora poderá atrapalhar a agenda do governo, aliás, nos vamos ajudar. Mas queremos opinar”, afirmou.

Além de cobrar um preço alto pela fidelidade, com mais cargos no governo, Alcolumbre tem feito sinalizações à oposição antes mesmo de chegar ao cargo.

Um dos sinais de alerta para a relação conflituosa com Alcolumbre é que o Planalto recebeu a informação de que ele pretendia pautar, já na próxima semana, uma sessão do Congresso para apreciar os vetos do presidente Lula.

A avaliação de interlocutores de Lula é que Alcolumbre tem um perfil mais parecido com o do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL): entrega apoio quando recebe o que quer.

Articulador

A articulação política é um dos pontos fortes de Alcolumbre. Entre os colegas, é visto como alguém que cumpre compromissos e atua nos bastidores para garantir acordos.

“Davi é um cara agregador, conseguiu unir base e oposição. Diferente do Pacheco, que falava muito para fora, Davi fala para dentro, está sempre próximo dos senadores, costurando acordos”, afirmou Efraim Filho (PB), líder do União Brasil no Senado.

A expectativa é de que seu retorno à presidência traga um ambiente de menos tensão e maior integração entre os parlamentares.

“A residência oficial será mais usada. O estilo do Davi cria um ambiente menos tenso, com reuniões, jantares e um clima de cooperação”, disse Laércio Oliveira (PP-SE), 4º secretário do Senado.

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