Davi Alcolumbre não está conformado com a permanência de Alexandre Silveira no Ministério de Minas e Energia. Quer sua demissão e disse isso a Lula no sábado passado no Palácio da Alvorada, numa reunião da qual Rodrigo Pacheco também participou.
Segundo interlocutores do presidente do Senado — que ontem tomou café da manhã com Carlos Suarez, o rei do gás — não está descartado que as votações de interesse do governo passem a andar em ritmo de cágado se Lula não atender esse pleito. Essa possibilidade, claro, Alcolumbre não apresentou ao presidente.
Nada é impossível na política. Mas Lula entregar a cabeça de Silveira é mais do que improvável. Em 5 de fevereiro, Lula disse numa entrevista:
— Silveira é um ministro excepcional. Poucas vezes o Ministério de Minas e Energia teve um ministro com a competência, a vontade de brigar, como o Silveira. Ele será mantido ministro. Não há porque mexer em uma coisa que está fazendo uma revolução no setor energético e de minas do País.
A declaração acima já fora dada exatamente pela pressão do então recém-eleito presidente do Senado pela demissão de Silveira.
(Atualização, às 14h47. A assessoria de Davi Alcolumbre entrou em contato para negar qualquer articulação contra Alexandre Silveira e afirmar que o senador não se encontrou com Carlos Suarez ontem).
Alexandre Silveira x Ibama
Servidores do Ibama afirmaram nesta quinta-feira que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem invadido de maneira “inaceitável” as atribuições do órgão ambiental e que os ataques ao presidente Rodrigo Agostinho “configuram tentativa de constrangimento institucional” e demonstram “total desrespeito às normas que regem o processo de licenciamento ambiental”.
Silveira insinuou que falta “coragem” ao presidente do Ibama para tomar a decisão sobre o licenciamento para a Petrobras realizar pesquisas na Margem Equatorial.
O ministro criticou também o silêncio de Agostinho sobre o tema e a recusa para realizar reuniões.
Na nota, os servidores também afirmam que qualquer processo de licenciamento deve ser conduzido com “total isenção, sem ingerência política ou tentativas de intimidação”.
Silveira tem pedido reuniões com Agostinho para tratar do tema, mas afirmou que tem sido ignorado pelo órgão ambiental. Recentemente, o Ibama enviou o pedido para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para que ela também participasse do encontro. Na ocasião, Silveira quer cobrar celeridade pela decisão por parte do Ibama. As informações são dos portais O Globo e Folha de Pernambuco.