Sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de novembro de 2024
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, saiu em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após o anúncio do pacote de cortes de gastos federais, feito na última quinta-feira (28). Pacheco considerou exagerada e precipitada a reação negativa do mercado financeiro diante das medidas anunciadas pelo governo.
Na avaliação do presidente do Senado, o ministro Haddad fez um esforço significativo ao propor reduções de despesas importantes, algo que, segundo ele, não havia sido feito por governos anteriores.
“O ministro Haddad fez um esforço danado, propôs reduções de despesas importantes, que não foram enfrentadas pelos últimos governos. E o mercado não reconhece isso”, afirmou Pacheco. Para ele, o mercado deveria, ao invés de adotar uma postura tão negativa, buscar compreender melhor as medidas e, se necessário, sugerir alternativas para melhorar o pacote fiscal.
Pacheco também destacou a importância de o mercado colaborar para que o governo consiga aprovar as propostas ainda neste ano. “Agora, é importante que o mercado ajude o governo a aprovar as medidas ainda neste ano. Sem isso, o cenário será péssimo”, alertou.
O presidente do Senado ainda ressaltou que o Congresso Nacional se comprometerá a dar sua contribuição, aprovando as medidas fiscais. Os dois projetos de cortes orçamentários que o governo enviará ao Congresso devem iniciar sua tramitação pela Câmara dos Deputados.
Para que essa aprovação ocorra de maneira rápida e eficiente, Pacheco afirmou que será necessário um esforço conjunto de todas as partes envolvidas, incluindo o setor privado. “Somente com a colaboração de todos é que os deputados e senadores poderão dar a devida prioridade à votação dessas medidas”, afirmou o senador.
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), também criticou a reação precipitada do mercado e lembrou que as medidas poderiam ser ajustadas durante a análise parlamentar.
“Ninguém quis esperar a divulgação das medidas, já especulou apenas com o vazamento da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil”, disse Randolfe, enfatizando que o mercado reagiu de maneira apressada sem aguardar a explicação completa do governo.
Rodrigues também informou que, para compensar a isenção do Imposto de Renda para os cidadãos que ganham até R$ 5 mil – o que acarretaria um custo anual de R$ 35 bilhões –, o governo adotará medidas como o estabelecimento de um imposto mínimo para aqueles que ganham acima de R$ 50 mil mensais, considerando todos os tipos de rendimento.