Sexta-feira, 14 de março de 2025
Por Redação O Sul | 13 de março de 2025
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), vai entrar com uma representação no Conselho de Ética da Câmara e com uma ação judicial contra o deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO), que fez ataques contra Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria das Relações Institucionais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Após Lula chamar a ministra de “mulher bonita” — o que gerou críticas pelo teor machista da declaração —, Gayer disse que o presidente estava “oferecendo” Gleisi a Alcolumbre e também ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), “como um cafetão oferece uma GP [garota de programa]”.
O parlamentar também insinuou que a ministra e seu marido, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), fariam um “trisal” com o presidente do Senado.
Alcolumbre agora estuda com especialistas a melhor forma para fazer as representações.
A fala de Lula foi criticada por ele ter dito que havia colocado uma mulher bonita para fazer a articulação do governo no Congresso Nacional, mudança que faz parte da reforma ministerial promovida pelo petista, que enfrenta uma crise de popularidade e dificuldade para avançar com suas propostas.
Após a fala, o presidente foi alvo de críticas e ataques da oposição, inclusive de Gayer, que o acusou de “humilhar” Gleisi.
O PT também entrará com uma representação contra o deputado. O líder da sigla na Câmara, Lindbergh Farias, chamou Gayer de “esgoto”, “canalha” e “assassino”.
Após a movimentação de Alcolumbre e do Partido dos Trabalhadores, Gayer se defendeu, afirmando que sua “intenção era apenas denunciar e escancarar a hipocrisia da esquerda”, e que não praticou qualquer ato ilícito ou crime.
“Caso o presidente Alcolumbre tenha se sentido ofendido, quero deixar bem claro que minhas críticas não se referiam a ele, mas sim ao Chefe do Poder Executivo”, disse, sem citar o nome de Lula em nenhum momento.
Esse não é o primeiro caso em que o deputado do PL enfrenta ações em razão de ataques contra outros colegas.
Em outubro passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para tornar Gayer réu por difamação, calúnia e injúria.
Na ocasião, ele insinuou que senadores haviam sido “comprados” para votar no então presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e chamou parlamentares de “vagabundos”.
Naquele mesmo mês, ele foi alvo de busca e apreensão em uma operação da Polícia Federal (PF) sobre desvio de cota parlamentar na Câmara dos Deputados.
As medidas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Nesta mesma operação, a PF apreendeu R$ 72 mil em dinheiro vivo em posse de um assessor do deputado. (Folha de S. Paulo)