Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de outubro de 2019
O perfil do consumidor vem mudando rapidamente. “Há mudanças no pensar. A marca já não é tão importante. O que vale hoje é o sentir-se bem e isso vai se acelerar cada vez mais”. Numa avaliação do momento que o varejo vivencia, o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, considera que estas transformações desembocam em uma forma diferente de se fazer negócios. Ele cita a expansão inclusive de alguns segmentos, como o de brechós e aluguel de roupas, numa demonstração de novos hábitos, além do desenvolvimento de mercados, como por exemplo o Quarto Distrito, na zona norte da Capital, atualmente local de inovação.
“As pessoas procuram oportunidades e o varejista precisa estar atento a estas mudanças de comportamento”. O cenário inclusive aponta para estratégias de comercialização focadas não somente em produtos mas também em ações, uma tendência que deverá ganhar maiores proporções, sob o guarda-chuva da experiência que a marca ou produto possam oferecer, com diferenciais ao consumidor, em especial o jovem, que quer resultados e serviços com imediatismo.
Com um olhar em 2019, Kruse diz que o início do ano começou com expectativas de crescimento para o setor, que não se concretizaram ao longo dos meses. Setembro foi ruim devido também ao clima, mas a proximidade do final do ano aponta para um maior otimismo frente ao Black Friday, em novembro, e ao Natal. “A crise fez com que muitas empresas fechassem suas portas devido a uma menor massa de consumo, no entanto, os grandes estabelecimentos crescem cada vez mais porque visualizam alternativas, treinam equipes, apostam em inovação e tecnologia”. Isto já não acontece com o empresariado de pequeno e médio porte, mais preocupado em superar os dois ou três meses à frente, sem conseguir pensar a longo prazo. “Isto faz uma diferença muito grande” pontua o presidente do Sindilojas Porto Alegre.
Paulo Kruse estima que o Natal deverá gerar um incremento em vendas na ordem de 6% sobre 2018. “Estes números vão se realizar”. O segmento de automóveis, segundo ele, está indo bem, com a indústria também apresentando evolução, indicando que o varejo deverá ganhar impulso nos próximos meses, fechando dezembro com bons resultados. A contratação de postos temporários para o período chega a 1.200, com suporte do Sindilojas Porto Alegre que disponibiliza treinamento e gestão a vendedores, gratuitamente. “Vamos passar um período muito grande ajustando o que foi feito de errado na coisa pública”. Ele avalia que o atraso na folha de pagamento do funcionalismo afeta o comércio fortemente. Por outro lado, a liberação no FGTS deverá impactar positivamente. “Precisaríamos crescer cerca de 20% para que a economia se normalizasse. Precisamos emprego, produção, qualificação e conhecimento”. O setor varejista emprega hoje 98 mil pessoas, número menor do que o registrado em 2014.
O presidente do Sindilojas Porto Alegre, já em sua segunda gestão, que encerra em março de 2022, diz que o comércio eletrônico vai continuar crescendo, sem afetar a loja física. Pelo contrário. O exemplo fica para uma recente ferramenta lançada pelo Sindilojas Porto Alegre, o aplicativo de compra Poupei que utiliza tecnologia de geolocalização com facilidades para lojistas e consumidores. Após a compra on line, com descontos exclusivos, o consumidor retira o produto na loja física por meio de um QRCode, um código de barras bidimensional, gerado após a confirmação do pagamento. “O aplicativo é seguro e cresce na preferência do público”, finaliza Kruse. (Clarisse Ledur)