O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, afirmou nessa quinta-feira (14) que as grades voltarão a cercar a Corte por “tempo indeterminado”. A medida foi tomada para reforçar a segurança do local após um homem lançar artefatos e se explodir na frente do tribunal na quarta-feira (13).
Barroso disse que chegou a “dar um passeio” na praça dos Três Poderes, na quarta, algumas horas antes do chaveiro Francisco Wanderley Luiz, 59 anos, provocar as explosões e se matar.
“Era uma coisa bonita que estava acontecendo em Brasília. As pessoas voltaram a caminhar pela praça (dos Três Poderes). Eu mesmo fiz um passeio na casa de Chá. Ainda bem que esse sujeito não cruzou comigo. Estava muito bonita a praça sem grades, pessoas de escola, ambulantes”, disse o presidente do Supremo, lamentando ter que repetir a providência tomada logo após os ataques de 8 de janeiro.
O ministro do STF também afirmou que a “segurança funcionou perfeitamente” e classificou o episódio como um “ato terrorista”.
“Ele se explodiu porque não conseguiu entrar. Ele ia se explodir aqui dentro. A segurança funcionou perfeitamente”, disse Barroso.
Sessão plenária
No início da sessão plenária dessa quinta-feira (14), o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que o atentado na Praça do Três Poderes reforça a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia.
Barroso ressaltou que o episódio de quarta-feira se soma a outros que já vinham ocorrendo no País nos últimos anos e que culminaram na invasão e na depredação das sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. O ministro criticou a tentativa de “naturalização do absurdo”, que acaba por incentivar a reiteração desse tipo de comportamento. “Querem perdoar sem antes sequer condenar”, afirmou.
Ainda de acordo com o ministro, a gravidade do atentado é um alerta para a realidade de que persiste no Brasil a ideia de deslegitimar a democracia e suas instituições, inspirada pela intolerância, pela violência e pela desinformação. “Reforça também, e sobretudo, a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia”, afirmou.
Para o presidente do STF, a celebração da Proclamação da República, nesta sexta-feira (15), deve ser um momento para renovar os votos e a crença nos valores republicanos. “Uma pequena revolução ética e espiritual é o que estamos precisando”, observou.
Barroso reiterou que o Tribunal continuará a cumprir com sua função de guardião da Constituição e a simbolizar os ideais democráticos do povo brasileiro e a luta permanente pela preservação da liberdade, da igualdade e da dignidade de todas as pessoas. As informações são do jornal O Globo e do STF.