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Política Presidente do Supremo libera para julgamento ações que discutem a constitucionalidade do orçamento secreto

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Cabe à ministra, que é a relatora dos processos, marcar a data para análise dos casos

Foto: Carlos Moura/SCO/STF
Cabe à ministra Rose Weber, que é a relatora dos processos, marcar a data para análise dos casos. (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, liberou para julgamento, na noite da última quinta-feira (1º), quatro ações que discutem a constitucionalidade do pagamento das emendas de relator, o chamado orçamento secreto.

Os pagamentos dessas emendas não exigem identificação de quais parlamentares solicitaram as verbas nem a distribuição igualitária entre deputados e senadores. Foi o voto da ministra que levou o plenário do Supremo a suspender temporariamente esses pagamentos e a determinar que o Congresso criasse um sistema para dar publicidade aos gastos. Os repasses foram liberados posteriormente.

O Supremo ainda precisa discutir se essa modalidade de liberação de recursos é constitucional. Agora, cabe à ministra, que é a relatora dos processos, marcar a data para análise dos casos. Na prática, a Rosa indicou que quer julgar em breve as ações.

Nos bastidores, ministros avaliam que o julgamento pode ser marcado ainda antes do recesso da Corte. Também não descartam que a discussão possa ser adiada com um pedido de vista , ou seja, de mais tempo para analisar os processos.

No ano passado, o STF determinou que o Congresso desse transparência à execução das emendas de relator. As informações passaram a ser publicadas pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso, mas o sistema dificulta o acesso aos dados.

Em uma página, é possível ver as indicações para o destino do dinheiro das emendas, uma lista com dezenas delas. Em outra, está a execução das emendas, se o dinheiro já foi liberado, mas não mostra qual parlamentar está apadrinhando cada transferência de recursos.

Segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), o novo modelo está de acordo com a Constituição. “O Ato Conjunto 1/2021, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e a Resolução 2/2021, do Congresso Nacional, ao ampliarem a transparência da sistemática de apresentação, aprovação e execução orçamentária referente às emendas de relator-geral, respeitam a Constituição Federal”, diz o parecer.

Para a PGR, a anulação das novas regras só agravaria o quadro de violação da Constituição Federal. “Bem ou mal, os atos impugnados caminharam no sentido da maior publicidade, em comparação com a situação previamente existente”, afirmou.

A PGR entende ainda que, o fato de o Congresso não ter dado publicidade a todas as movimentações do orçamento secreto de 2020 e 2021, não interfere na constitucionalidade desse tipo de emenda porque antes não havia uma regra clara.

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