Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de outubro de 2024
A declaração foi feita durante coletiva de imprensa neste domingo (6), após o término do pleito.
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilA presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, lamentou o fato de que nenhuma mulher foi eleita no primeiro turno das eleições municipais. A declaração foi feita durante coletiva de imprensa neste domingo (6), após o término do pleito.
“Fico triste em ver que, em uma sociedade onde mais de 52% do eleitorado e da população brasileira são compostos por mulheres, ainda somos tão poucas no cenário da participação política”, afirmou a ministra.
Cármen Lúcia também destacou que, apesar das campanhas promovidas pelo TSE para aumentar a representatividade feminina na política, o resultado do primeiro turno refletiu essa diferença, com nenhuma mulher eleita.
“Acho muito triste que mesmo com todas as campanhas que são feitas, um movimento para que tenha efetividade dos direitos, mas a despeito disso ainda temos uma situação em que no primeiro turno nenhuma mulher é eleita”, complementou.
A ministra também destacou que o desvalor atribuído às mulheres visa justamente impedir que elas tenham a oportunidade de exercer seus direitos em igualdade de condições.
“O desvalor que se atribui a nós, mulheres, é exatamente para que a gente não tenha a possibilidade de, em igualdade de condições, exercer os mesmos direitos que seriam de parceria, de conjugação, de humanidades, e não de busca de poder pelo poder, até porque ele não traz muita coisa”, finalizou a ministra.
Dados da Justiça Eleitoral apontam que nenhuma mulher foi eleita para o cargo de prefeita no primeiro turno das eleições municipais em capitais brasileiras. Contudo, sete mulheres seguem na disputa nas capitais que terão segundo turno.
Campo Grande (MS) é a única capital que terá duas mulheres na disputa pela prefeitura: Adriane Lopes (PP), que recebeu 31,67% dos votos no primeiro turno, e Rose Modesto (União), que teve 29,56% dos votos.
As demais capitais que terão candidatas mulheres na disputa ao segundo turno são:
Curitiba (PR):
Eduardo Pimentel (PSD), com 33,51% dos votos
Cristina Graeml (PMB), com 31,17% dos votos
Porto Alegre (RS):
Sebastião Melo (MDB), com 49,72% dos votos
Maria do Rosário (PT), com 26,28% dos votos
Aracaju (SE):
Emília Correa (PL), com 41,62% dos votos
Luiz Roberto (PDT), com 23,86% dos votos
Natal (RN):
Paulinho Freire (União), com 44,08% dos votos
Natália Bonavides (PT), com 28,45% dos votos
Campo Grande (MS):
Adriane Lopes (PP), com 31,67% dos votos
Rose Modesto (União), com 29,56% dos votos
Palmas (TO):
Janad Valcari (PL), com 39,22% dos votos
Eduardo Siqueira (Podemos), com 32,42% dos votos
Porto Velho (RO):
Mariana Carvalho (União), com 44,53% dos votos
Léo (Podemos), com 25,65% dos votos
Em 2020, apenas uma mulher foi eleita para a prefeitura de uma capital: Cinthia Ribeiro (PSDB), escolhida para a Prefeitura de Palmas (Tocantins).