Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 11 de julho de 2024
Logo depois de cometer uma gafe em discurso no último dia da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez mais uma confusão em sua primeira entrevista coletiva, nessa quinta-feira (11), após o desastroso debate contra o ex-presidente Donald Trump.
Questionado se a sua vice-presidente, Kamala Harris, teria capacidade de enfrentar o magnata em uma eventual disputa nas urnas, ele confundiu seu nome e a chamou de Trump. No evento de mais cedo, o democrata apresentou o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, que estava ao seu lado, pelo nome do mandatário russo, Vladimir Putin.
“Eu não teria escolhido Trump se não achasse que teria chance de vencer”, disse Biden, fazendo referência a Kamala, sem notar o erro como fez no evento de mais cedo.
Enquanto a coletiva ainda acontecia, Trump aproveitou a gafe para caçoar de Biden em uma postagem na sua rede social, Truth Social.
“Joe desonesto começa sua coletiva de imprensa com: ‘Eu não teria escolhido a vice-presidente Trump para ser vice-presidente, embora eu ache que ela não era qualificada para ser presidente’”, escreveu Trump, ironizando: ‘Ótimo trabalho, Joe!’”
Minutos antes da entrevista considerada decisiva e sob pressão para desistir da corrida eleitoral, Joe Biden já havia cometido outra gafe ao chamar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de “presidente Putin” durante o evento da Otan.
Putin, presidente da Rússia, é inimigo político de Zelensky. A Ucrânia está em guerra contra a Rússia desde que foi invadida pelos russos, em 2022.
“Senhoras e senhores, presidente Putin”, disse Biden, que depois se corrigiu: “Ele vai derrotar o presidente Putin… Presidente Zelensky… você é muito melhor”.
A pressão para que Biden desistisse de concorrer começou depois do debate de 27 de junho – o primeiro do calendário eleitoral –, em razão do mau desempenho dele no confronto com o republicano Donald Trump. Na ocasião, o presidente se mostrou confuso, hesitante e pouco reativo. Depois, admitiu não ter ido bem, mas vem insistindo que tem capacidade para seguir na disputa.
Na entrevista dessa quinta, Joe Biden reafirmou que é a pessoa mais qualificada para ser presidente e que continuará com sua campanha presidencial, apesar da pressão de aliados por sua desistência nos últimos dias.
Biden apresentou melhor forma durante a coletiva de imprensa dessa quinta do que nas últimas aparições públicas. O presidente disse também que “está determinado em concorrer” e quer tirar a impressão de que não estaria preparado para encarar a campanha sem roteiro prévio.
Como era esperado, Biden foi perguntado insistentemente na coletiva sobre a possibilidade de desistir da candidatura, mas não deu sinais de que sairá da corrida. O presidente disse que não vai desistir a menos que sua equipe diga que “não há como vencer” Trump. “Ninguém está dizendo isso. Nenhuma pesquisa diz isso”, disse Biden sussurrando. Segundo ele, nenhuma pesquisa de intenção de voto já o eliminou da corrida –apesar de mostrarem que o republicano tem vantagem atualmente.
Durante a coletiva, o Biden também falou na condição de candidato, dizendo frases como “se eu for eleito”, fazendo promessas de campanha e dizendo que “precisa terminar o trabalho”.
Ao ser questionado sobre os relatos de que está reduzindo sua agenda para ir para a cama mais cedo, Biden disse que “isso não é verdade”. “O que eu disse foi que, em vez de começar todos os dias às 7h e ir para a cama à meia-noite, seria mais inteligente manter um ritmo melhor… é disso que estou falando. Minha agenda está lotada… e no próximo debate, não viajarei 50 fusos horários uma semana antes [como no debate]”, afirmou.