Terça-feira, 03 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de dezembro de 2024
O perdão dado por Biden ao filho visa evitar uma possível sentença de prisão para ele.
Foto: ReproduçãoO advogado do filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, entrou na Justiça com um pedido para o arquivamento dos casos contra Hunter Biden após o anúncio do perdão presidencial dado a ele, na noite de domingo (1º). O perdão dado por Biden ao filho visa evitar uma possível sentença de prisão para ele. O presidente eleito Donald Trump não pode revogar o perdão.
“Hoje, assinei um perdão para meu filho Hunter”, declarou Biden no domingo (1°), alegando que a acusação contra ele foi motivada politicamente e um “erro judicial”.
O perdão representa uma mudança de postura de Biden sobre o caso. Na época da condenação de Hunter, ele havia prometido que não iria usar os poderes extraordinários da presidência para beneficiar membros da família.
“As acusações nesses casos surgiram apenas após vários de meus oponentes políticos no Congresso as instigarem para me atacar e se oporem à minha eleição”, afirmou Biden. “Nenhuma pessoa razoável que analise os fatos dos casos de Hunter pode chegar a outra conclusão além de que ele foi alvo apenas porque é meu filho.”
O presidente democrata havia declarado anteriormente que não perdoaria ou comutaria a sentença de seu filho após as condenações nos casos em Delaware e Califórnia. Em documentos apresentados, a defesa de Hunter afirma que o perdão total e incondicional do presidente “exige a rejeição” das acusações contra ele nos processos criminais em que foi condenado.
Hunter Biden se declarou culpado, em setembro, de evasão fiscal em um tribunal federal em Los Angeles e deveria ser sentenciado em 16 de dezembro. Em junho, um júri o considerou culpado de fazer declarações falsas em uma verificação de antecedentes de armas; ele seria sentenciado esta semana.
Nessa segunda-feira (2), a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, defendeu a ação do presidente e disse que Biden perdoou seu filho por preocupação de que seus oponentes políticos continuassem a persegui-lo no futuro.
“Uma das razões pelas quais o presidente fez o perdão é porque não parecia que seus oponentes políticos iriam abrir mão disso. Não parecia que eles iriam seguir em frente. Eles continuariam a perseguir seu filho”, afirmou ela a repórteres no Air Force One durante uma viagem a Angola.
Ela se recusou a dar mais detalhes sobre por que ou como Biden mudou de ideia, mas também garantiu que Biden acredita no Departamento de Justiça, apesar de sua declaração de que o processo de seu filho no sistema judicial estava “infectado com política”.
“O presidente acredita no sistema de justiça e no Departamento de Justiça, e ele também acredita que seu filho foi alvo de críticas políticas”, disse.
A decisão ocorre menos de dois meses antes de Donald Trump, presidente eleito, retornar à Casa Branca. Trump passou anos atacando Hunter Biden por seus problemas legais e pessoais como parte de uma série de ataques contra a família do presidente Biden.
O jornal americano “The New York Times” afirma que não é a primeira vez que um presidente usa seu poder executivo para perdoar ou atenuar a pena de um familiar. Em seu último dia no cargo, o ex-presidente Bill Clinton perdoou seu irmão Roger Clinton por antigas acusações de uso de cocaína. Um mês antes de deixar o cargo, o então presidente Donald Trump perdoou o pai de seu genro Jared Kushner, Charles Kushner, por sonegação fiscal e outros crimes.
Contudo, o jornal aponta que tanto Roger Clinton quanto Kushner já tinha cumprido as penas de prisão quando o perdão foi concedido.