Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de novembro de 2022
Presidente do PT e uma das coordenadoras da transição do governo, a deputada Gleisi Hoffmann (PT) afirmou nesta segunda-feira (21) que a ansiedade para o anúncio dos nomes que deverão assumir os ministérios em 2023 é do mercado financeiro.
Segundo ela, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, não está “com tanta pressa” e que nomes de ministros não deverão ser divulgados nesta semana. Até agora, Lula não anunciou nenhum nome do novo ministério.
“Eu acho que ele [Lula] não está com tanta pressa. O pessoal do mercado que está mais ansioso, alguns que estão mais ansiosos. Acho que ele está com a coisa bem resolvida na cabeça”, disse Gleisi.
Lula tem recebido, principalmente do setor financeiro, cobranças para anunciar o novo ministro da Economia.
“Não acho [que deva sair nesta semana]. O presidente Lula está vindo para cá [Brasília] só na quarta-feira (23), e aí é que vai começar a conversar, vai começar a pensar. Ele não adiantou nada. Acho que esta semana é muito difícil”, afirmou Gleisi, ao sair de uma reunião do PT.
Antecipar o anúncio do ministério para antes de dezembro tem sido apontado também como uma forma de facilitar as negociações para aprovar a PEC da Transição, uma vez que os partidos teriam precificado seu espaço na nova gestão.
Gleisi, no entanto, discorda da avaliação de que isso facilitaria a tramitação do texto .
“Não acho que seja isso. Acho que essa é uma ansiedade mais do mercado do que da Casa”.
PEC da Transição
Aliados do presidente eleito Lula avaliam que o PT terá de ceder espaços no governo e retirar vetos a alguns nomes de partidos aliados para aprovar a PEC que, entre outros pontos, garante os R$ 600 mensais do Auxílio Brasil (que voltará a se chamar Bolsa Família).
Na avaliação de interlocutores de Lula, o PT precisa mostrar que realmente vai governar como uma frente ampla (como prometeu o então candidato nas eleições deste ano), sem vetar nomes de aliados para a Esplanada dos Ministérios, como o da senadora Simone Tebet (MDB-MS) para o futuro Ministério do Desenvolvimento Social.
Nos bastidores, uma ala do PT vem demonstrando resistência à indicação de nomes para áreas que a legenda classifica como estratégicas para a sucessão de Lula daqui a quatro anos.
Entre essas áreas estão os ministérios da Fazenda, da Educação, da Saúde e do Desenvolvimento Social, além da Casa Civil e da Secretaria de Governo.
“Se o PT quiser ser o dono do jogo, comandando as principais áreas, não vai funcionar. Lula precisa sinalizar desde já que isso não irá acontecer para aprovar a PEC do Bolsa Família”, disse ao blog um aliado do presidente eleito.
O texto da PEC do Bolsa Família vai ser apresentado nesta semana. Nesta quarta-feira (23), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, vai se reunir com líderes e presidentes dos 14 partidos que apoiam o governo eleito de Lula. Partidos de oposição também serão convidados.