Tenente-coronel e filho de general, Mauro Cid é ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) — função de assistência direta, inclusive para assuntos de natureza pessoal. Oficial com mais de 20 anos de Exército, ele foi alçado ao posto pouco antes da posse do ex-presidente, eleito em 2018.
Mauro Cid concluiu a Academia Militar das Agulhas Negras em 2000. Ele também foi instrutor da própria Academia e fez os principais cursos da carreira militar, como a escola de Comando Estado Maior, tendo sempre ficado entre os melhores da turma.
“Ele seguiu o passo a passo da carreira de quem pertente, de quem sonha se tornar general, que foi o caso do pai dele, que é o General da Reserva Mauro Cesar Lourena Cid, que foi colega de turma do ex-presidente Jair Bolsonaro na AMAN nos anos 70.”
Em 2018, Mauro Cid estava pronto para assumir uma função nos EUA, quando foi designado para ser o ajudante de ordens de Bolsonaro, que tomaria posse em janeiro de 2019.
Missões
Frequentemente, Mauro Cid era escalado pelo ex-presidente para missões espinhosas, como no caso envolvendo as joias milionárias vindas da Arábia Saudita. Foi o coronel quem articulou tentativas para recuperar os bens que foram retidos pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos.
Nesta quarta-feira (3), Mauro Cid foi preso pela Polícia Federal. Os agentes investigam um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Como ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid ajudava em lives, filmava o “cercadinho” onde Bolsonaro falava com apoiadores e até encaminhava pagamento de demandas particulares da família do ex-presidente.
Mauro Cid também é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento no vazamento de informações sigilosas de uma apuração sobre um suposto ataque hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O que faz um ajudante de ordens?
O ajudante de ordens assessora particularmente uma autoridade, como o presidente da República. É comum ver o ajudante de ordens carregando objetos como pasta e celular da autoridade, além de recepcionar visitas, por exemplo.
“O Cid também encaminhava pagamentos de demandas particulares do presidente e da própria família, e aí ele foi ganhando confiança a ponto de se tornar um dos principais conselheiros do Bolsonaro, tanto que ele virou uma figura conhecida da crônica política e, normalmente, o ajudante de ordens é uma figura mais discreta.”
Entre suas funções, Cid traduzia artigos e intermediava contatos com algumas autoridades. Ele é fluente em inglês e espanhol e abastecia o presidente com informações o tempo todo.