Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de junho de 2018
Preso há dois meses, Luiz Inácio Lula da Silva será comentarista do Mundial na TVT (TV dos Trabalhadores), mantida pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região. O ex-presidente dará seus pitacos sobre o torneio de futebol no programa do jornalista José Trajano, ex-ESPN, que anunciou a novidade em suas redes sociais.
“O ‘Papo com Zé Trajano’, que vai de segunda a sexta-feira, ao vivo, de 18h15min às 19h, na TVT e na rádio Brasil Atual, tem um novo comentarista, um comentarista exclusivo: Luiz Inácio Lula da Silva. Não, não estou brincando não! É sério! Luiz Inácio Lula da Silva será comentarista da TV do ‘Papo com Zé Trajano’ durante o Mundial”, divulgou o jornalista.
Trajano também explicou como Lula participará do seu programa mesmo preso: “Ele vai escrever as suas impressões, manda para a gente, a gente coloca na tela com aspas, você vai poder ler e ouvir na voz de um locutor”. Lula está preso desde 7 de abril na carceragem da PF (Polícia Federal) em Curitiba (PR). O ex-presidente tem na sua cela um aparelho de TV, pedido por ele para assistir aos jogos do Corinthians. O político foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro referentes ao caso do triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo.
Recurso
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski pediu o “destaque” de um recurso do ex-presidente Lula que estava no plenário virtual da Corte, o que fará o caso ser julgado presencialmente pela Segunda Turma.
Quando um relator decide levar um caso ao plenário virtual, é porque entende que o tema não exige debates. O regimento do STF, porém, prevê que outro ministro peça julgamento presencial caso tenha entendimento diferente e considere que a questão deve ser discutida pelo colegiado.
O recurso do ex-presidente pede a anulação de gravações feitas pela Operação Lava-Jato de conversas telefônicas interceptadas e divulgadas em março de 2016 por ordem do juiz federal Sérgio Moro. Entre as conversas, estavam diálogos de Lula com ministros de Estado e parlamentares, autoridades com foro privilegiado no STF.
Uma das conversas, com a então presidente Dilma Rousseff, falava do envio do termo de posse de ministro da Casa Civil a Lula, e foi anulada pelo ministro Teori Zavascki ainda naquele ano. Mas a defesa pleiteou a desqualificação de todo o material, sob o argumento de que Moro usurpou a competência do STF. Afirma, ainda, que o juiz federal emitiu juízo sobre a conversa e que não deveria ter divulgado o material sobre pessoas com foro.
Em julho de 2016, durante o recesso do Judiciário, o então presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, concedeu liminar para Moro manter os áudios sob sigilo. Já em outubro do ano seguinte, após o desenrolar do processo, o relator da Lava-Jato no STF, ministro Edson Fachin, negou seguimento ao pedido porque achou que o tipo de ação apresentada, uma reclamação, não era adequada para análise de fatos e provas. Para ele, a mera captação de diálogos envolvendo pessoas com foro não permite a constatação de que houve usurpação de competência do STF.