Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2015
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pagará benefícios de 438,9 bilhões de reais neste ano e 488,5 bilhões de reais em 2016, calculou a Tendências Consultoria. O desequilíbrio previdenciário tende a crescer expressivamente em relação a 2015 e há pouco a fazer para mudar esse quadro. As regras de correção das despesas previdenciárias estão dadas, os valores do salário mínimo poderão ser estimados e os números já estão previstos no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016, em tramitação no Congresso.
IPCA
Com uma inflação superior a 9% estimada para este ano – em 12 meses, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) chegou a 9,56% em julho – e com as regras de correção do salário mínimo que mandam acrescentar o percentual de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos atrás – ou seja, de 2014, que cresceu 0,1% –, o piso deverá passar de 788 reais em 2015 para 867 reais no ano que vem. Esta será a causa principal do aumento das despesas do INSS, pois cerca de 70% dos benefícios previdenciários são iguais ao salário mínimo.
Economia estagnada
Como a economia neste ano deverá encolher cerca de 2%, pelo menos, e a economia parece condenada à estagnação, no ano que vem as despesas previdenciárias deverão corresponder a 7,9% do PIB, meio ponto percentual acima dos 7,4% previstos para este ano. O economista Fabio Klein, da Tendências, estimou que o aumento real das despesas previdenciárias será de 5,6%, para uma inflação de 5,4% em 2016.
O desequilíbrio previdenciário, de 56,7 bilhões de reais em 2014, está estimado em 88,8 bilhões de reais neste ano e poderá se agravar em 2016. Será mais difícil de reequilibrar as contas públicas, vítimas das pedaladas dos últimos anos. Mesmo a obtenção de
um pequeno superávit primário de 0,7% do PIB poderá ser comprometida por mais despesas.
Regimes previdenciários
Com cerca de 8% da população com idade superior a 65 anos, o Brasil gasta mais de 11% do PIB com regimes previdenciários. Nos Estados Unidos, de acordo com informações do site do Ministério do Planejamento, a população com mais de 60 anos corresponde a 16% e consome 6% do PIB com o pagamento de aposentadorias.
Gerações futuras
Mantidas as regras generosas, a Previdência se tornará um ônus para as gerações futuras, na medida em que declinar a população ativa e crescer o percentual de idosos. Fixar a idade mínima de aposentadoria é uma solução natural para o aumento da expectativa de vida. (AE)