Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de fevereiro de 2023
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC), considerado uma prévia do PIB, registrou alta de 2,9% no ano de 2022, conforme dados divulgados pela autoridade monetária nessa quinta-feira (16).
Em 2019, houve aumento de 1,05%. Já em 2020 e 2021, respectivamente, houve queda de 4,2% e alta de 4,6%, no cenário influenciado pela pandemia de covid.
O setor de serviços é um dos principais responsáveis pelos resultados do ano passado, com um impulso após a queda durante a pandemia. Nos últimos meses, porém, o índice geral do BC registrou retração.
Em novembro foi registrada baixa de 0,55% (revisada para a -0,77%), a quarta consecutiva na escala mensal. O crédito caro é um dos fatores para o crescimento “moderado” no ano, segundo especialistas. O impacto é visto em setores como a indústria:
“Com juros altos a Indústria acada perdendo a força, inclusive no número de contratações. Sofre também com a alta do dólar, muitos produtos são importados. Deve haver um favorecimento com a reforma tributária, mas os efeitos não são imediatos”, diz Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimentos.
Para o cálculo do IBC-Br são considerados setores como indústria, agropecuária e serviços. Diferente do PIB, mensurado pelo IBGE, o índice do Banco Central não considera a demanda de consumidores.
Levantamento da Genial Investimentos, com base nos dados do BC, aponta para uma queda de 0,7% na indústria, após alta de 3,9% em 2021. O varejo, especificamente, apresentou avanço de 1% no ano, a menor alta registrada desde 2017, incluindo o período da pandemia em 2020. Já o serviço avançou 8,3% no ano. Em 2023, essa tendência deve continuar:
“A desaceleração econômica já está em curso. Nossas expectativas para indústria e varejo são pessimistas, à medida que o cenário macroeconômico adverso está cada vez mais desafiador para esses setores. O encarecimento do crédito e aumento da inadimplência, consequências do ciclo de aperto monetário, além do processo de desaceleração global, são fatores de incerteza”, aponta o relatório da corretora.
O resultado oficial do PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, será divulgado somente em 2 de março.