Sábado, 30 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de junho de 2017
A primeira-ministra britânica Theresa May, muito fragilizada após o revés eleitoral dos conservadores nas legislativas, prevê finalizar neste sábado (10) a formação de um governo minoritário, a dez dias do início das negociações sobre o Brexit. Os pedidos de renúncia de May não cessaram dois dias após ela ter perdido sua maioria absoluta no Parlamento.
A primeira-ministra convocou eleições antecipadas para fortalecer sua presença na Câmara dos Comuns. Mas em vez de ganhar, os conservadores perderam 12 assentos e ficaram com 318 deputados, oito a menos dos 326 necessários para ter maioria absoluta.
Este fracasso levou a oposição trabalhista, além de alguns deputados conservadores, a pedir a renúncia de May. A primeira-ministra, contudo, descartou essa possibilidade, ressaltando que o momento pede estabilidade, e anunciou que formará o governo “para realizar a saída da União Europea”.
May manteve os pesos pesados de seu executivo: Philip Hammond (Finanças), Boris Johnson (Relações Exteriores), David Davis (Brexit), Amber Rudd (Interior) e Michael Fallon (Defesa). A chefe do executivo completará neste sábado seu governo.
Fragilizada
Paralelamente, os conservadores britânicos começam a negociar com o Partido Unionista da Irlanda do Norte DUP, cujo apoio é necessário. Com dez assentos, esse partido regionalista ultraconservador, dirigido por Arlene Foster, permitiria a Theresa May ter o apoio necessário para governar.
O novo Parlamento se instalará na terça-feira, antes da cerimônia de abertura solene de 19 de junho, dia em que está previsto o início das negociações do Brexit. Embora Theresa May sinalize que está firme no cargo, os analistas concordam que sua posição é muito precária. “May luta para continuar sendo primeira-ministra”, afirmou o Daily Telegraph, pró-Brexit. May “está perdida”, apontou o Sun, considerando que a primeira-ministra só aguentará alguns meses no cargo.
Os rachas dentro do Partido Conservador, dividido entre os “Brexiteers” puros e radicais, e o setor mais eurófilo e preocupado com as consequências de uma saída da UE, podem dificultar ainda mais a situação para May. (AFP)