Segunda-feira, 16 de setembro de 2024

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Ali Klemt Primeiro tempo

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(Foto: Freepik)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O início do jogo é sempre nervoso. Os jogadores vão testando as jogadas, aquecendo os movimentos, conquistando seu espaço. Há muita tensão no ar e parece até haver pressa, embora ainda haja um jogo inteirinho para se desenrolar.

Com o passar do tempo, contudo, o time vai ficando mais confortável com o que tem, e aprende a usar as habilidades e características que lhe são próprias. Fica mais seguro do seu potencial, começa a fazer jogadas mais elaboradas – embora seja essencial ter humildade para reconhecer as fraquezas do time. Essa percepção leva tempo. É preciso superar a excitação inicial e ter serenidade.

Todos os jogos começam com alta expectativa. Assim também é a nossa história. Nasce o bebê, nascem mil e uma elucubrações sobre o seu futuro. Como será a sua personalidade? Como será a sua aparência? O que ele vai ser quando crescer? O início da história de cada um de nós costuma ser assim, quando rodeados por uma família amorosa. Todos querem o seu melhor, mas é você que entra em campo para vencer na vida.

A proximidade com o mundo do futebol, certamente, tem impacto no quanto estou sentindo a importância dessa minha nova idade: 45 anos. Chego ao final do primeiro tempo da vida. E é inevitável fazer o balanço durante o intervalo.

Acabo a primeira etapa vitoriosa, sem dúvida. Entrei em campo com vantagens incríveis, especialmente, o amor. Mas tive muitos percalços. Usei estratégias erradas, tive que controlar as emoções. Apesar dos equívocos e tropeços, contudo, só tenho a agradecer pelo resultado obtido até aqui: construí minha família, sou realizada profissionalmente e compreendo a mim mesma profundamente. Tenho um amor enorme por mim mesma, do jeitinho que sou e com o quanto evoluí. Conquistei a felicidade que eu queria e tenho orgulho da minha trajetória. Sou grata, imensamente grata, diariamente grata.

Esse jogo não tem adversário, senão nós mesmos: nossos medos, vergonhas, ansiedades. As expectativas e parâmetros que estabelecemos, achando que são eles que importam. As cobranças impostas senão pela nossa equivocada ideia de que precisamos nos adequar, ou cumprir papéis sociais pré-estabelecidos.

Olhando a partir dessa perspectiva, já é possível compreender o que realmente importa: o impacto positivo que deixei em muitas pessoas, o amor sólido construído em casa e personificado nos meus filhos (ah! meus orgulhos!), o legado de vitórias concretas entregues ao mundo. Já percorri um bom caminho. E foi um caminho bom.

Só que ainda tem mais! Pelo menos mais um tempo in-tei-rinho! E é verdade que ainda ganhamos uns bons acréscimos, graças à ciência, à tecnologia, à qualidade de vida. Isso tudo leva a um enorme aumento do tempo do jogo – e com um imenso benefício: entre erros e acertos, já provei o que eu achava que tinha para provar (que bobagem) e me sinto livre e leve para voar! Segura para tentar novas jogadas, para brincar com a bola e para tentar fazer ainda mil e um gols de alegria nessa nova fase que vem pela frente.

aliklemt@gmail.com

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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