Domingo, 26 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de janeiro de 2025
Pousou no aeroporto de Manaus, na noite dessa sexta-feira (24), o primeiro voo com deportados dos Estados Unidos com destino ao Brasil desde a posse do presidente republicano Donald Trump. A aeronave com 158 pessoas a bordo tinha Belo Horizonte como destino, incialmente. Não há informações sobre o que provocou a mudança no itinerário.
A Polícia Federal não informou a nacionalidade dos ocupantes, mas, segundo apurado com o Itamaraty, 88 são brasileiros.
A assessoria do aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, informou que a aeronave pousou em Manaus e que teve que entrar em manutenção. Já a assessoria do aeroporto de Manaus confirmou apenas que a aeronave pousou e que os passageiros seriam acomodados, mas não deu mais detalhes da situação.
Entre a noite de quinta (23) e a manhã dessa sexta (24), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, utilizou uma rede social para anunciar que 538 imigrantes ilegais, de diferentes origens, já foram presos desde a posse de Trump – incluindo um suspeito de terrorismo, quatro integrantes da gangue Tren de Aragua e outros indivíduos condenados por crimes sexuais contra menores.
Ela disse, ainda, que “centenas de imigrantes ilegais já foram deportados em aeronaves militares”, marcando o início do que ela chamou de “a maior operação de deportação em massa da história”.
“Promessas feitas. Promessas cumpridas”, escreveu Leavitt, destacando que os voos de deportação já começaram. O anúncio reforça a política anti-imigração prometida pela nova gestão de Trump.
A porta-voz publicou, junto com as declarações, fotos de deportados embarcando em uma avião militar. Não há confirmação, entretanto, se trata do voo com destino ao Aeroporto de Confins.
Trata-se do primeiro voo deportados com destino ao Brasil desde a posse do novo presidente, mas há a possibilidade de que alguns deles tenham sido detidos ainda na gestão Biden, que chegou ao fim na última segunda-feira (20).
Novas regras contra imigração
Ao tomar posse para um novo mandato na última segunda-feira (20), o presidente americano Donald Trump anunciou uma série de medidas adicionais para restringir a admissão de imigrantes – brasileiros ou de qualquer outra origem.
O texto divulgado pela Casa Branca com as prioridades do mandato cita “medidas ousadas para proteger nossa fronteira e as comunidades americanas”.
Entre as ações elencadas, estão: o restabelecimento da política “Permaneça no México”; a retomada da construção do muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México; a punição com pena de morte para imigrantes ilegais que assassinarem americanos; o fim do asilo a quem cruza a fronteira ilegalmente; uma grande operação de deportação de imigrantes ilegais; o envio das Forças Armadas, incluindo a Guarda Nacional, para a área da fronteira; e a classificação de cartéis de drogas como “organizações terroristas estrangeiras”, evocando a a Lei dos Inimigos Estrangeiros, de 1798.
Trump também declarou “emergência” na fronteira entre EUA e México, o que significa a autorização do envio de militares à região.
Ainda no primeiro dia de mandato, Trump revogou cerca de 80 decretos do governo de seu antecessor, Joe Biden, referentes ao tema da imigração. Entre os decretos revogados está o que permitia a reunificação de famílias de imigrantes separadas na fronteira.
O republicano também retirou o direito automático à cidadania concedido àqueles nascidos em território norte-americano. E anunciou a suspensão da concessão de refúgios por ao menos quatro meses, além da revisão do sistema para análise desses pedidos.