Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de setembro de 2023
A Casa de Saud, família de Bin Salman, ofereceu de presente joias milionárias ao então presidente Jair Bolsonaro.
Foto: Alan Santos/PRO príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman Al Saud, cancelou neste sábado (9), uma reunião bilateral que teria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o encontro do G-20, na Índia.
De acordo com comunicado divulgado pela Presidência da República, o governo saudita desmarcou a conversa e alegou que houve uma “situação de urgência na delegação”.
O Palácio do Planalto não especificou qual situação de urgência motivou o cancelamento. É a segunda vez que se desmarca horas antes de ocorrer um encontro formalmente agendado entre Lula e o príncipe MBS, como é conhecido. Agora, do lado saudita.
Em junho, o brasileiro quem optou por suspender a conversa. Lula iria a um banquete oferecido pelo saudita em sua homenagem, em Paris, na França, mas alegou cansaço.
O petista afirmou que remarcaria a conversa para quando fosse possível e disse que havia interesse do País em receber investimentos externos dos árabes, principal parceiro comercial no Oriente Médio.
Um simples registro fotográfico entre eles teria o potencial de desgaste político para Lula, uma vez que o príncipe comanda um regime autoritário, no qual as mulheres vivem restrições de direitos, e foi acusado de ordenar a morte de um jornalista.
Conforme relatório de inteligência dos Estados Undiso divulgado em 2021, o príncipe saudita aprovou uma operação para capturar e matar o jornalista Jamal Ahmad Khashoggi, crítico do regime de sua família, num consulado do país em Istambul, na Turquia, em 2018.
O corpo do jornalista dissidente foi desmembrado, e seus restos mortais nunca foram localizados. Mesmo assim, MBS recebeu imunidade nos EUA contra um processo movido pela ex-noiva de Khashoggi, após ter sido formalmente nomeado para a chefia do governo em Riad, em setembro do ano passado.
As joias
A Casa de Saud, família de Bin Salman, ofereceu de presente joias milionárias ao então presidente Jair Bolsonaro, e à primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Eles tentaram trazer as peças ilegalmente ao Brasil, no que posteriormente descobriu-se ser parte de um esquema de desvio e venda de bens presenteados por autoridades estrangeiras. O caso é investigado na Operação Lucas 12:2, da Polícia Federal.