Sábado, 04 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de janeiro de 2025
A prisão de quatro jogadoras do River Plate após atos racistas contra um gandula e as adversárias, do Grêmio, representa um diferencial na luta contra o racismo na visão da jurista Lívia Sant’Anna, uma das vozes mais potentes ao falar do tema no País.
Para a promotora de Justiça do Ministério Público da Bahia, “a prisão em flagrante foi efetuada em plena conformidade com a legislação vigente, o que nem sempre acontece em situações de racismo, diante da condescendência das organizações desportivas, do sistema de Justiça e da própria sociedade”.
O ataque racista aconteceu na partida semifinal do torneio Brasil Ladies Cup, no Canindé, em São Paulo, no dia 20. Candela Díaz, jogadora do time argentino, foi flagrada imitando um macaco em direção ao gandula, que foi defendido pelas jogadoras do Grêmio. O árbitro expulsou seis atletas da equipe argentina, forçando o encerramento do jogo.
Após a partida, as jogadoras foram levadas para o 6.º Distrito Policial em São Paulo, onde o caso foi registrado como injúria racial. Testemunhas foram ouvidas e acusaram as quatro atletas, que agora são investigadas. Na última sexta-feira (27), elas conseguiram liberdade provisória, mas terão que permanecer no Brasil e se apresentar mensalmente no fórum.
“O futebol tem o poder de transformar mentalidades. Portanto, a luta contra o racismo no futebol deve ser uma prioridade da sociedade”, diz a jurista.