Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de maio de 2021
Entre as principais causas da prisão de ventre, estão a má qualidade alimentar com poucas fibras e a baixa ingestão de líquidos
Foto: FreepikArtigo científico do CAG (Colégio Americano de Gastroenterologia) indica que 15% da população mundial sofre com constipação intestinal, a famosa prisão de ventre ou intestino preso. Aqui no Brasil, 85% ou mais dos casos são provocados pelo consumo insuficiente de fibras vegetais e líquidos, segundo a SBCP (Sociedade Brasileira de Coloproctologia).
Pessoas que apresentam sintomas de esforço para eliminar as fezes, sensação de evacuação incompleta/bloqueio anorretal, frequência de defecação inferior a três vezes por semana, inchaço abdominal, mal-estar ou gases devem procurar um médico.
De acordo com Natália Mukai, cirurgiã coloproctologista especialista pela SBCP, a “prisão de ventre” atinge pessoas de diferentes idades e de ambos os sexos, mas tem um maior número de casos entre as mulheres e a prevalência pode aumentar a partir dos 65 anos. “É comum que indivíduos na terceira idade apresentem ressecamento e, por consequência, dificuldade na evacuação. Um fator agravante nesta faixa etária é a incidência de outros problemas de saúde, uso de medicações crônicas, sedentarismo e o aumento da incidência de câncer”, explica.
Entre as principais causas da prisão de ventre, estão a má qualidade alimentar com poucas fibras e a baixa ingestão de líquidos. Entretanto, outros fatores de risco incluem doenças crônicas, falta de exercícios físicos, ansiedade e depressão, fatores que pioraram principalmente neste momento de pandemia. O costume de adiar a ida ao banheiro e os efeitos colaterais de alguns medicamentos também contribuem para o agravamento da condição.
Mukai alerta ainda que é preciso ter atenção aos sinais que o corpo dá, pois a constipação intestinal pode mascarar outros problemas como hemorroidas, doença diverticular, fissuras anais e, o mais grave de todos, o câncer de intestino. “Muitas pessoas sofrem de constipação severa e não sabem que podemos e devemos investigar as reais causas do problema para iniciar o tratamento adequado”, esclarece a especialista.
Para aqueles que sofrem de intestino preso relacionado aos hábitos diários, recomenda-se a ingestão de 25-30 gramas de fibras/dia e o consumo de pelo menos 2 litros de água/dia, reduzir o excesso de proteína animal e adoção de um novo estilo de vida com a prática de atividade física. Nesses casos, a ajuda de um nutricionista, educador físico, fisioterapeuta e psicólogo pode ser fundamental também. Em casos mais delicados, o médico poderá indicar o tratamento específico, se for necessário.