Quarta-feira, 11 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 11 de dezembro de 2024
Segundo a equipe médica, a técnica é minimamente invasiva.
Foto: Marcello Camargo/ABrRoberto Kalil, médico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, falou nesta quarta-feira (11) que o novo procedimento a ser realizado em Lula já estava sendo discutido pela equipe. Trata-se de uma intervenção considerada de baixo risco, relativamente simples e visa evitar novo sangramento, afirmou Kalil.
“Já estava sendo discutido como complemento. Esse tipo de embolização é um tipo de cateterismo. Ele vai embolizar a artéria meníngea porque, quando você drena o hematoma, existe uma pequena possibilidade de, no futuro, as pequenas artérias da meninge ainda causarem um pequeno sangramento”, ressaltou.
A técnica não é considerada uma cirurgia, é um “procedimento endovascular (embolização de artéria meníngea média)”, deve durar cerca de uma hora e não vai influenciar na previsão de alta da UTI. Ele faz parte do protocolo pós-cirúrgico.
O médico ressaltou que a divulgação do procedimento à imprensa foi um pedido expresso de Lula e da primeira-dama, Janja. Inicialmente, a intervenção seria comunicada apenas depois que fosse realizada. A técnica é minimamente invasiva e trata o hematoma subdural crônico, uma condição em que o sangue se acumula entre o cérebro e seu tecido protetor.
O comunicado informa também que Lula “passou o dia bem, sem intercorrências, realizou fisioterapia, caminhou e recebeu visitas de familiares” e outras atualizações serão dadas durante coletiva de imprensa marcada para as 10h da quarta. Um boletim anterior, divulgado pela manhã, informava que o presidente está “lúcido, orientado e passou a noite bem”.
Lula, que tem 79 anos, passou por uma cirurgia de emergência na madrugada de terça-feira (10) para drenar um hematoma na cabeça – ainda em decorrência da queda que sofreu no banheiro de casa em outubro. Segundo o boletim, Lula continua na UTI e evoluiu bem no pós-operatório imediato, sem intercorrências. Ele permanecerá com o dreno no local da cirurgia enquanto aguarda novos exames de rotina.
Logo após a cirurgia, os médicos disseram que ele não ficará com nenhuma sequela e que as funções neurológicas dele estão preservadas. De acordo com a equipe médica, a previsão é a de que o presidente retorne a Brasília no começo da próxima semana. Por ordem médica, Lula está proibido de receber visitas de trabalho no hospital até ficar completamente recuperado.
A primeira-dama, Janja, acompanhou Lula na viagem de Brasília a São Paulo e está com ele no quarto do hospital. O presidente foi internado às pressas no fim da noite de segunda-feira (9) no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo após passar o dia com dor de cabeça. Ele achava, na verdade, que estivesse ficando com gripe.
Ainda em Brasília, ele havia passado por um exame de imagem, que mostrou uma nova hemorragia intracraniana, de cerca de três centímetros. Lula foi, então, transferido para a unidade do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo. Embora, na queda, Lula tivesse batido a região da nuca, o hematoma estava na região do lobo frontal e do lobo parietal. O lobo frontal está localizado diretamente atrás da testa, e o parietal, atrás do frontal.
Isso acontece, segundo os médicos, porque o sangramento é causado pelo “chacoalhão” do cérebro na batida. “Quando você bate a cabeça e chacoalha pra frente e pra trás, o sangramento não é no local da batida. Ele é causado pelo chacoalhão do cérebro porque o cérebro se desloca dentro do crânio”, explicou o neurocirurgião Marcos Stavale.
O lobo frontal é considerado o centro de controle por ser responsável pelos movimentos voluntários do corpo, pela linguagem e pelo gerenciamento das habilidades cognitivas. Já o lobo parietal faz a integração das informações sensoriais, como toque, temperatura e dor.