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Economia Processo que levou Mercedes-Benz a anunciar mais de 3 mil demissões não vai se espalhar em outras montadoras

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Terceirização da produção que causou demissões na Mercedes não deve se repetir em outras montadoras, diz Anfavea. (Foto: EBC)

A tendência de terceirizar serviços, como anunciou esta semana a Mercedes-Benz em sua fábrica de ônibus e caminhões em São Bernardo do Campo, não deve se espalhar por outras montadoras. A avaliação é de Marcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), associação que representa as fabricantes do setor.

“Não vejo tendência de terceirização em outras montadoras que são mais recentes no país. O que acontece na Mercedes é uma adaptação do modelo de negócios – afirmou Leite, durante coletiva da Anfavea para divulgação dos números de vendas e produção de agosto.”

A Mercedes anunciou na terça-feira uma reestruturação na unidade do ABC com terceirização de parte da produção, e informou que pretende demitir 2,2 mil trabalhadores das áreas de logística, manutenção, ferramentaria, laboratórios, fabricação de eixos e transmissões de caminhões. Outros 1,4 mil trabalhadores não terão os contratos temporários renovados.

Segundo o presidente da Anfavea, a Mercedes foi uma das primeiras a se instalar no ABC, com alto nível de verticalização. isso significa que a montadora trabalha com um número menor de fornecedores e produz muita coisa “dentro de casa”. O que a Mercedes está fazendo agora, diz leite, é um processo de desverticalização, ou seja, ampliando o número de fornecedores, como trabalham as marcas que se instalaram no Brasil mais recentemente.

A mudança na montadora alemã também não significa um descompasso entre a capacidade de produção no país e o tamanho do mercado. Leite lembrou que o mercado de caminhões e ônibus tem crescido e apresenta boas perspectivas no país.

“E até para viabilizar novos fornecedores tem que ter volume de produção”, disse.

Os trabalhadores da fábrica de caminhões e ônibus e a direção da Mercedes se reúnem na próxima terça-feira para negociar o processo de demissões divulgado pela montadora no início da semana.

Produção nacional de chips

O presidente da Anfavea disse que está embarcando para o Japão com representantes do governo onde visitarão produtos de semicondutores. A ideia é ver o que está sendo feito lá fora e atrair investidores ao país. Ele disse que o Brasil tem uma fábrica de semicondutores, a Unitec, que nunca operou. As instalações ficam no município de Ribeirão das Neves, em Minas Gerais, e apresenta tecnologia de ponta. Segundo ele, o BNDEs tem participação nesta fábrica.

“A unidade tem infraestrutura para produção de semicondutores e o objetivo é trabalhar com o maior número de interessado para atrair investimento ao país. É fundamental para o projeto de reindustrialização do país e reduzir a dependência de fornecedores de outras regiões”, afirmou.

Ele disse que o gargalo de fornecimento de semicondutores ainda não está totalmente solucionado, mas a situação está melhor do que no início do ano. Com a desaceleração das economias nos EUA e Europa, caiu a venda de produtos que usam esses itens, como computadores e smartfones, o que beneficiou a indústria automobilística. Ele lembrou que, em agosto, não houve nenhuma paralisação total de fábricas por falta de componentes.

Inadimplência em alta

A  produção de veículos vem se recuperando este ano. Em agosto, foram produzidas 231 mil unidades de veículos, um recorde no ano. As vendas atingiram 209 mil unidades, melhor resultado em 19 meses. Foram vendidas 9,1 mil unidades por dia no mês passado. Leite observou, entretanto, que a falta de crédito, os juros altos e a inadimplência são obstáculos para as vendas.

“Atualmente, temos 70% de venda à vista e 30% via crédito. E costuma ser o contrário. E a inadimplência do setor, que costuma ficar entre 3% e 4%, está em 7%. Uma taxa de juros de 30% ao ano para o consumidor gera um risco maior de inadimplência”, afirmou o presidente da Anfavea.

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